Poder e Cotidiano em Sergipe
21 de Novembro 8H:15

“A população cresce e os problemas aparecem”, diz Airton Martins

Airton Martins (PMDB), prefeito reeleito na Barra dos Coqueiros, avalia que sua gestão continuará tendo um caráter popular.

 

Ele diz que terá uma grande responsabilidade, pois obteve 67,55% dos votos válidos, contra 32,45% de todos os seus quatro adversários somados - perfazendo a maior diferença de votos da história da Barra, com 6524 votos de frente em relação ao segundo colocado.

 

Ele admite que a arrecadação do município cresceu, mas destaca o grande aumento populacional e as consequências que isso gera. Ele falou ao BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE pretende seguir na fórmula que lhe garantiu o sucesso eleitoral: “Cuidar da parte da população que mais precisa do poder público”. Confira mais nessa entrevista exclusiva.

 

BLOG DO MAX – Você já havia sido prefeito da Barra e não venceu a reeleição. Após um período fora do poder, voltou, venceu e, agora, se reelegeu. O que mudou: Airton ou a população?
Airton Martins – Acredito que um pouco dos dois. Tudo na vida precisa evoluir, se desenvolver. E a nossa primeira gestão (entre os anos de 2005 e 2008) foi muito boa, com as bases do maior programa de inserção social lançadas naquele momento. Só que a população, naquela época, não teve o mesmo entendimento. Tanto é que não venci a reeleição. Mas o nosso adversário, ao assumir, retirou todos os benefícios que havíamos construído ao longo da gestão. Tanto é que, em seguida, na eleição de 2012, foi a vez da população me eleger e não reeleger o meu adversário. E isso nos fez aprender também. Seja no trato com as pessoas, na forma de deixar claro o que estávamos fazendo, com total transparência, seja no dia a dia da gestão. Tudo isso nos serviu de aprendizado e evoluímos junto com a população. O resultado está aí, dado pelas urnas.

 

BM – E essa questão da transparência, a Barra dos Coqueiros hoje é considerada um exemplo, de acordo com os órgãos fiscalizadores. O que foi feito?
AM – Primeiro graças ao trabalho de nossa equipe, sem dúvida. E depois porque nós fazemos uma gestão que não tem nada a esconder. As pessoas sabem o que se arrecada e como está sendo gasto o que é arrecadado. Quando reconhece a nossa gestão como a mais transparente, o ministério Público Federal não está nos fazendo um favor. E nem a nossa administração faz um favor ao mostrar transparência. Trata-se de uma obrigação nossa para com a população.

 

BM – Mas a oposição segue criticando, dizendo que a arrecadação da Barra cresceu e o senhor não investiu na cidade na mesma proporção.
AM – A oposição faz a parte dela, não posso desqualificá-la. Mas eles criticam de forma genérica, sem dados para embasar isso. E mais: veja se alguém da oposição nos critica por algum caso de malversação do dinheiro público? Claro que não, porque isso não existe. Agora, com base em dados, podemos dizer que a arrecadação cresceu, sim. Mas já de um tempo isso, desde que a ponte Aracaju/Barra ficou pronta. Na gestão anterior à atual, esse crescimento já existia. Só que eles não trabalharam e eu trabalhei e sigo trabalhando. E vamos levar em conta o que é mais importante: em 2007, pelo IBGE, a Barra tinha cerca 19 mil habitantes. Também pelo IBGE, neste ano fecharemos com quase 30 mil habitantes. Se a população cresce, os problemas aparecem. Mas como administrar é eleger prioridades, nós passamos a priorizar completamente a camada mais pobre dos nossos moradores, pois, para mim, cuidar da parte da população que mais precisa do poder público é uma missão de cada prefeito. Se todos fizerem assim, as cidades melhoram. Só que, no nosso caso, com a população crescendo dessa forma, a decisão de cuidar dessa parcela da população se tornou obrigação nossa. E nós cumprimos.

 

BM – É esse o segredo do seu sucesso na Barra?
AM – Olha, eu reforço que a nossa prioridade são os mais pobres. Claro que cuidamos de outras questões. Por exemplo, a Barra hoje tem uma das mais belas entradas dentre todas as cidades do Estado. Temos o Complexo Andorinha, obras de R$ 10 milhões em recursos próprios, que é uma transformação urbana jamais vivida pela Barra. A urbanização do Marivam é uma das coisas mais bonitas de se ver. Temos cuidado do turismo, da Atalaia Nova, da Praia da Costa. Nosso centro hoje é organizado. A Educação paga o piso nacional em dia. A Saúde, que é área crítica, tem sido elogiada tanto pela população como pelos profissionais. Mas não há como negar: nossos programas sociais são os que mais me deixam realizado. São mais de 3.000 famílias dentre os diversos benefícios, sejam de cunho alimentar, do aluguel social, dos cuidados mais básicos, enfim, tudo para priorizar quem, de fato, mais precisa da prefeitura. E assim seguiremos, pois cuidar das pessoas é a maior realização para um político.

 

BM– Mas, em meio à crise, como dar continuidade a esse tipo de gestão?
AM – Primeiro com máxima responsabilidade. Não é possível fazer muito se não fizer o principal: seriedade nos investimentos, sem dar o passo maior que a perna. Teve um caso interessante em 2016: com a queda nos repasses para todas as prefeituras e estados, nós tivemos uma dificuldade inicial na hora de pagar o piso nacional dos professores. Aí uma turma quis politizar, partidarizar o assunto. Só que eles nem sabiam que, para pagar o piso, a prefeitura entra com um complemento de recursos próprios. Aí inventaram uma greve que foi suspensa pela Justiça porque eu disse que pagaria, só que precisava ajustar as contas, com responsabilidade. Foi o que fizemos e esse pessoal passou vergonha, pois o piso foi pago, eu cumpri minha palavra e eles ficaram mal vistos pela população, pois mostraram que torciam pelo “quanto pior melhor”. Isso não se faz, pois é a população que sai prejudicada. E para cada problema que se tem, o melhor é expor, falar a verdade e buscar a solução.

 

BM– Com a boa votação que obteve, o senhor pretende concluir o seu mandato ou sai para ser candidato a outros cargos?
AM – A população me elegeu para ser prefeito mais quatro anos. É isso o que eu vou fazer. Claro que vamos ajudar alguns amigos de forma que eles também contribuam com a Barra, no caso de deputados e da eleição para governo e Senado em 2018. Mas eu seguirei como prefeito da Barra, pois foi assim que o povo quis e foi esse o cargo que o eleitor me confiou.

 

Foto: TCE/SE

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