Depois da revelação de que os vereadores de Aracaju teriam um belo reajuste salarial a partir do próximo ano, não se fala em outra coisa na capital. Com salários de R$ 15 mil, eles passarão a receber quase R$ 19 mil.
O reajuste em si é uma afronta à população, num momento de crise financeira, atrasos nos vencimentos dos servidores e quando só se fala em corte de gastos. Mas a verdade é que para as finanças do município não faz diferença alguma.
Isso porque a Câmara tem orçamento fixo: A prefeitura é obrigada por lei a repassar para o Poder Legislativo 4,5% da Receita Corrente Líquida.
Ou seja, com aumento ou sem aumento para os vereadores, a Câmara de Aracaju continuará tendo o mesmo orçamento e gerando a mesma despesa para os cidadãos. Se não houver o reajuste, a grana estará à disposição da Câmara para ser aplicada de outra forma.
Em conversa com a coluna, um experiente vereador avaliou que é ruim não conceder reajuste. Segundo ele, uma Câmara com salários achatados pode gerar a figura do “superpresidente”: Com os salários baixos, sobra mais dinheiro para ser administrado pelo presidente da casa, que ganha força – pois com a caneta em mãos pode nomear cargos comissionados, autorizar diárias e outras coisas mais.
Foto Ilustrativa: Marcos Santos/USP Imagens
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