O Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), criado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) em 2017, realizou uma análise detalhada de dados sobre raça/etnia e gênero em cargos dos poderes Executivos e Legislativos municipais de todas as regiões do país.
A filtragem de dados referentes a mulheres prefeitas por etnia/raça mostra um quadro preocupante.
Nas eleições municipais de 2016, foram eleitas 649 prefeitas (11,6% do total de eleitos), em um universo de 5.568 Municípios.
Desse total de mulheres eleitas para o principal cargo do poder local, 28,3% se autodeclararam como negras (pretas e pardas), 70,7% como brancas, 0,1% como indígena e 0,7% como amarela.
Em relação ao total de eleitos (homens e mulheres), esse percentual de prefeitas negras no poder cai para 3,29%.
Em números absolutos, das 649 prefeitas eleitas, 10 são pretas, 174 são pardas, 5 são amarelas, 459 são brancas e apenas 1 é indígena.
A única prefeita indígena do país foi eleita no Município de Marcação, na Paraíba, com 51,2% dos votos.
“O histórico de participação de mulheres brasileiras na política, principalmente das negras, não é exemplar e está longe dos patamares mínimos de equidade. Por isso, temos não só o dever de apoiá-las, como também buscar caminhos para que elas ocupem os espaços de representação política”, defende o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
Legislativo municipal
Dentre as vereadoras atualmente no poder, 36,7% são negras (32,5% autodeclaradas como pardas e 4,21% como pretas). As brancas representam 62,4%, as amarelas 0,4% e as indígenas 0,2%.
Repara-se aqui que predomina uma maior diversidade entre as vereadoras do que entre as prefeitas. O percentual de mulheres negras como vereadoras é 8,4% maior em relação às prefeitas.
As indígenas também se destacam um pouco mais como vereadoras do que como prefeitas. Atualmente existem 22 índias atuando em Câmaras Municipais pelo país.
*Com informações da Confederação Nacional de Municípios
Foto: Divulgação/CNM
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