Tentando intermediar o impasse financeiro entre a Secretaria Municipal de Aracaju (SMS) e os Hospitais Filantrópicos, a Câmara Municipal de Aracaju (CMA) promoveu uma Sessão Especial hoje, 27, para debater a parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Ouvindo atentamente os discursos dos gestores dos hospitais filantrópicos, o vereador Isac Silveira afirmou que existe um conflito de informações.
“Estamos debatendo um tema extremamente difícil e amanhã irei protocolar o pedido de CPI, porque o que percebi aqui foi um conflito claro de informações onde a Secretaria fala de crédito e a direção do Hospital de Cirurgia fala de débito, com isso vamos contribuir para de fato seja desvendado”.
A propositura é de autoria do vereador Jason Neto (PDT), contando com a presença do presidente da CMA, Nitinho (PSD), Professor Bittencourt (PCdoB), Isac (PCdoB), Fábio Meireles (PPS), Américo de Deus (Rede), Kitty Lima (Rede), Lucas Aribé (PSB), Dr. Gonzaga (PMDB), Seu Marcos (PHS) e Anderson de Tuca (PRTB).
Para aprofundar o assunto participaram da sessão, a secretária Municipal de Saúde (SMS), Waneska Barbosa; o diretor administrativo do Hospital de Cirurgia, Milton Eduardo; a assessora jurídica do Hospital de São José, Catarina Teixeira; o representante do Hospital Santa Izabel, Carlos; o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), José Augusto Couto Santos, além das deputadas estaduais Sílvia Fontes (PDT) e Goretti Reis (PMDB).
Iniciando seu discurso com um breve balanço da gestão da Saúde Municipal, a secretária Waneska Barbosa destacou os repasses cheios que a gestão fez em 2015 ao Hospital de Cirurgia.
“Em 2015 a secretaria realizou três repasses cheios ao Hospital de Cirurgia, não quero criar problema com ninguém, só estou apresentando os fatos. Sabemos que muitos dos serviços contratados pela Prefeitura são terceirizados, e isso não é legal. O hospital de Cirurgia funciona como retaguarda do HUSE e por isso a fila não anda, por falta de vagas”.
Afirmando que irá enviar para a Câmara Municipal de Aracaju um memorial com detalhes sobre o trabalho do Hospital de Cirurgia durante o ano, o diretor administrativo da entidade foi enfático.
“Não quero entrar em débitos judicializados, vou me debruçar que em agosto a Secretaria Municipal de Saúde emitiu nota dizendo que iria quitar as parcelas e agora o caso se inverteu, a secretaria diz que o Hospital Cirurgia é quem deve. Queremos promover o diálogo, mas um hospital para funcionar necessita de dinheiro”.
Para o representante do Hospital Santa Isabel, Carlos, o diálogo entre as partes foi fundamental para o atendimento não parar.
“Temos três meses de atrasos no repasse e a secretária apresentou uma contra proposta que foi acatada de imediato. Com esse comprometimento da Prefeitura de Aracaju em pagar a partir de 2018, o valor parcelado junto com o repasse mensal, o atendimento não será interrompido”.
Com um discurso apaziguador, a assessora jurídica do Hospital de São José, Catarina Teixeira, afirmou que a maior preocupação da entidade, além do atendimento de qualidade para a população, é manter o salário dos servidores em dia.
“A parceria sempre se dará em prol da população, o hospital não tem interesse em parar ou suspender os serviços. O estado pagou três meses em atraso e o município está aberto alguns meses, fizemos uma contra proposta aguardamos a resposta da secretaria”.
Relembrando a situação do SAMU quando foi devolvido para o gerenciamento exclusivo do Estado, o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), José Augusto Couto Santos, apelou que a SMS continue administrando os recursos dos Hospitais Filantrópicos.
“O Samu de Aracaju era um dos melhores do país, foi entregue para o Estado, está o caos. Se o município entregar os recursos dos hospitais filantrópicos para o Estado será um retrocesso muito grande, teremos que orar muito por Jesus. Tem que sentar as partes e conversar para chegar a uma solução”.
*Com informações da Câmara Municipal de Aracaju
Foto: Gilton Rosas
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