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JORNAL DA CIDADE:
Embora os dados demonstrem que Sergipe avançou na redução da pobreza extrema com queda de 70% no número de pessoas que antes estavam nesta classe, ainda é triste ver famílias como a do carroceiro Alberto Oliveira Santos, 33 anos, e da esposa, a dona de casa Givalda Barreto, 45, que fazem parte de 4,2% da população que podem ser classificadas assim.
Sem Bolsa-Família para ajudar no sustento dos dois filhos pequenos, Maria Isabel, de dois anos, e Gabriel, quatro, eles, na maioria das vezes, não têm o que comer.
Para piorar a situação, esse ano houve uma diminuição no número de beneficiários do Bolsa-Família no Estado.
Das 281.231 famílias assistidas até dezembro do ano passado, restaram 268.523, uma redução de 12.708 famílias (o que equivale a 60.832 sergipanos, considerando uma família composta por quatro membros). E esse número pode ser reduzido ainda mais, já que existe uma proposta de redução em análise pelo Governo Federal.
Uma redução que faz muita falta para quem sobrevive com quase nada como a família do Alberto. “Têm dias que ganho R$ 5,00, mas têm dias que nem isso eu ganho”, diz. O que chama a atenção é o barraco de chão batido onde mora com a família e é obrigado a dividir com escorpiões.
“Aqui tem muito escorpião. A gente vive matando. Temos muito medo, sim, mas não temos para onde ir, nem dinheiro para alugar uma casa”. A geladeira vazia revela que até alimentos básicos são artigos de luxo.
A vizinha, Solange Santos, 43, também mora na ocupação Recanto Mangabeira, no Bairro 17 de Março. Há um ano, acomodou na frente do barraco prateleiras improvisadas de madeira. Lá montou uma pequena mercearia que ela deu o nome de Sol para atender a comunidade. O dinheiro que recebe é pouco. “Não tenho lucro e vendo muito fiado. Consumo daqui. Não dá para tirar nem R$ 500 por mês”, diz.
Por Andrea Vaz/Equipe JC
Foto: Jadilson Simões/Equiipe JC
