Advogado avalia que PF cometeu erros
No início da manhã desta sexta-feira, 25, a Polícia Federal em Sergipe (PF/SE) realizou uma operação no munícipio de Tobias Barreto para cumprimento de três mandados de busca e apreensão contra vereadores da cidade.
De acordo com informações preliminares divulgadas através da assessoria da PF, os mandados estão relacionados a uma investigação que apura suposta compra de votos nas eleições de 2018.
Em contato com o advogado Antônio Nery, que defende o vereador Verano Rodrigues (PSD), conhecido como Veranio, a equipe do Blog do Max apurou que a investigação está relacionada a uma suposta compra de votos para o então candidato a deputado federal Valdevan Noventa, ocorrida no dia da eleição de 2018. Figuram no processo, além de Verano, os vereadores Carlos Roberto Alves Mato e Montival Cardoso dos Santos.
“As acusações são de que, supostamente, ele teria comprado votos para Valdevan Noventa. Ele foi preso na noite da eleição com mais quatro pessoas dentro de um carro e quando a polícia foi contar o dinheiro que todos tinham no bolso, um tinha R$ 100, outro tinha R$ 200, o total deu mil e poucos reais, a soma dos cinco. Como vai comprar voto com R$ 1 mil no bolso?”, questiona o advogado.
E continua: “A perplexidade é exatamente porque ele é candidato à reeleição e disputa os primeiros lugares. Qual é a eficácia criminal de uma busca e apreensão dois anos depois dos fatos? Essa busca e apreensão tinha que ser incontinente, no calor dos fatos supostamente criminosos, que não foram criminosos coisíssima nenhuma”, afirma Antônio Nery.
Já em relação aos outros endereços visitados nesta sexta-feira, o advogado afirma que a Polícia Federal cometeu erros. Aliás, segundo Nery, o ex-vereador José Alberto de Jesus, conhecido como Bêta, não fazia parte desta investigação e teve a sua residência visitada.
“Bêta foi um erro monumental da condução dessa investigação, ele não está nesse processo. A Polícia Federal foi bater na casa dele não sei nem porque cargas d´água. Bêta não votou em Valdevan Noventa, ele votou em Gustinho Ribeiro. Essa investigação é direcionada a três vereadores que votaram em Valdevan. Só acertaram a casa de Verano. Foram na casa de uma ex-mulher já divorciada de Montival e foram na casa de Bêta para encontrar Roberto. Foi endereço errado. Não sei porque a Polícia Federal errou tanto”, disse o advogado.
Ainda segundo ele, a PF apreendeu uma lista com seis nomes de pessoas que o seu cliente possui algum tipo de dívida. “
Ele hoje é casado com a viúva do saudoso radialista Cláudio Rotay, aquele que foi assassinado há 20 anos e o principal suspeito é Diógenes Almeida. Ela preservava uma lista de ouvintes do programa dele e a polícia levou essa lista do tempo em que Cláudio Rotay tinha programa de rádio e denunciava Diógenes. O telefone do período da eleição está preso até hoje. Minha pergunta é porque essa operação não aconteceu dia 16 de novembro e sim a 45 dias da eleição. Por que os nossos adversários já diziam desde terça-feira que a Polícia Federal iria aparecer?”, finaliza Antônio Nery.
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