Vice-presidente nacional do PT e coordenador da caravana “Lula pelo Brasil”, Márcio Macêdo falou ao BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE sobre a chegada do ex-presidente a Sergipe e sobre a importância deste momento.
Ele defendeu a presença do governador Jackson Barreto nos atos, falou da possível candidatura de Belivaldo Chagas a governador e reafirmou que pretende disputar a eleição de deputado federal em 2018. Confira a entrevista completa.
BLOG DO MAX - O ex-presidente Lula chega a Sergipe neste domingo e por aqui ficará até a terça-feira, para visitar cinco cidades. O que vocês esperam alcançar com esta caravana? É pré-campanha disfarçada?
MÁRCIO MACÊDO - A Caravana da Esperança do presidente Lula é programática. Tem como objetivo fazer um diagnóstico da realidade do país e da vida das pessoas, além de observar se as políticas públicas do seu governo estão em curso no Brasil ou foram desmontadas pelo governo usurpador de Michel Temer. Portanto, não tem nada a ver com a eleição de 2018. Não tem nenhuma relação com campanha eleitoral. Lula está fazendo esta caravana para unir as pessoas e conversar com o povo brasileiro, como fez no passado, na década de 1970, organizando o movimento sindical no Brasil. Depois, na década de 80, para a fundação do PT. Em 90, ele fez a Caravana da Cidadania, para elaboração de um diagnóstico do país naquele momento histórico, o que deu as bases para que ele pudesse discutir o projeto nacional para o Brasil. E fez também uma caravana nos anos 2000, quando era presidente da República e viajou o Brasil inteiro ouvindo as pessoas e colhendo sugestões para implementar em políticas públicas.
BM- Este será um momento para contatos políticos com foco no pleito de 2018? Lula será recepcionado pelo governador? Que prefeitos e partidos receberão o ex-presidente?
MM - A caravana não tem foco eleitoral em 2018. Lula será recepcionado pelo povo, pelos movimentos sociais, prefeitos, vereadores, partidos, políticos, pelo governador e todos aqueles que desejarem encontrá-lo em sua passagem por Sergipe. Será um momento histórico e especial.
BM - Há reações contrárias à entrega de título Honoris Causa pela UFS a Lula. Alegam que o fato de ele ter sido condenado por Sérgio Moro e ser investigado em outros processos pesa negativamente. Qual a sua opinião sobre isso?
MM - O título de Doutor Honoris Causa da UFS já foi concedido ao presidente Lula em reconhecimento e gratidão pelo que ele fez pelo ensino superior no Brasil e por ele ter criado o campus da Saúde em Sergipe, na cidade de Lagarto. O que vai ocorrer agora é a entrega desse título, que é fato corriqueiro nesse tipo de solenidade e de atividade.
BM - Como está organizada a vinda do Lula? Qual a agenda de eventos, como está o esquema de segurança e a logística?
MM - O presidente Lula chegará em Sergipe no domingo, 20, por volta das 16h, pela cidade de Estância, onde haverá uma atividade cultural e recepção a ele. Na segunda-feira, 21, Lula recebe o título Doutor Honoris Causa no campus da Saúde da Universidade Federal de Sergipe, em Lagarto. Em seguida, às 13h, fará atividade com lideranças, políticos e movimentos sociais na Associação Atlética em Itabaiana. E no final da tarde haverá um ato político na cidade de Nossa Senhora da Glória, no Sertão sergipano, organizado pelos movimentos sociais e partidos daquela região. Na terça-feira, dia 22, será a vez de Aracaju receber Lula em ato no Iate Clube, a partir das 9h. Quanto à segurança, é compatível com a condição de ex-presidente da República, de maior líder popular do Brasil e de maior liderança viva da esquerda no mundo. Vai ter a logística e segurança normal de qualquer atividade que ele participa.
BM - A vinda de Lula pode representar o fortalecimento do nome de Rogério Carvalho a candidato a governador, como tem sido especulado por alguns setores? Ou ele disputará o Senado?
MM - A vinda do presidente Lula a Sergipe não tem caráter eleitoral. É claro que a chegada dele fortalece o PT, os partidos aliados, os movimentos sociais e esse campo político que está aliado em Sergipe há algum tempo.
BM - Como o PT se posicionará em relação ao pleito de 2018? Irá marchar com o PMDB, mesmo com reações contrárias de nomes do partido, como o de Jerônimo Reis, que criticou o partido publicamente nos últimos dias?
MM - Existe uma posição majoritária no PT hoje de manter o bloco de alianças com os partidos liderados pelo governador Jackson Barreto, salvas as posições contrárias. No momento certo, o PT vai se reunir nas instâncias adequadas e tomar sua posição.
BM - Qual a sua opinião sobre a declaração de Joel Almeida que chamou o governador Jackson Barreto de oportunista por recepcionar Lula?
MM - O governador Jackson Barreto é um aliado histórico do PT. Foi vice-governador de Marcelo Déda, teve uma posição política muito correta no processo de impeachment da presidenta Dilma, colocando-se contrário e indo de encontro à orientação do seu próprio partido. Portanto, o governador Jackson Barreto é muito bem-vindo às atividades da Caravana da Esperança do presidente Lula em Sergipe, assim como os movimentos sociais e os partidos aliados.
BM - Um grupo do PT estadual não quer mais aliança com o PMDB. Qual a chance desta corrente, liderada por Ana Lúcia, ter sua posição atendida?
MM - Como relatei anteriormente, a posição majoritária no PT de Sergipe hoje é de aliança com o governador Jackson Barreto e com os partidos que lhe dão sustentação. No momento em que a legislação permitir, ou seja, na época adequada, o PT, nas suas instâncias, vai debater a política de alianças e vai tomar sua decisão.
BM - Como o senhor avalia a possível candidatura de Belivaldo Chagas ao governo?
MM - É natural que o PMDB apresente seu candidato para o bloco de partidos aliados, assim como o PT e os demais partidos podem fazer isso. Se o governador Jackson Barreto renunciar e for candidato a senador, é natural também que o vice-governador, uma vez na titularidade do governo, possa pleitear a sua reeleição. Este debate será feito no conjunto dos partidos da coligação. E o PT vai se reunir nas suas instâncias, discutir sobre isso, deliberar e emitir a sua opinião na hora certa.
BM - Vice-presidente nacional do PT, o senhor foi escolhido para coordenar as viagens do Lula e para fazer um diagnóstico da situação do partido nos Estados. Cada vez mais ligado ao comando do partido, há possibilidade de ocorrer com o senhor o mesmo que aconteceu com Zé Eduardo, que não disputou uma vaga na Câmara para se dedicar à campanha presidencial?
MM – Não existe esta possibilidade. Quando a legislação permitir, serei candidato a deputado federal.
BM- O senhor tem dito que Lula é plano A, B e C do PT e que não há outro nome para 2018. Mas os senhores não consideram a possibilidade do ex-presidente ficar impedido ou até mesmo ser preso? Nesta situação, o PT não lançará um nome?
MM - Temos absoluta certeza da inocência do presidente Lula. Portanto, não há nenhum impedimento de ele ser candidato em 2018. Sendo assim, na hora que a legislação permitir, o PT, os partidos aliados, movimentos sociais e as organizações do povo irão lançar a candidatura de Lula à presidência da República.
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