Regime militar não é a solução para a violência que assola o país. Falei disso ontem e retomo o assunto hoje. Um bom exemplo de como no período da ditadura a criminalidade cresceu e se profissionalizou é o jogo do bicho.
O bicho já era tradicional e tolerado no Brasil, dominado pela malandragem. Até que membros do Exército saíram dos porões onde torturavam pessoas para auxiliar ou mesmo assumir o comando da jogatina ilegal. Eles levaram técnicas militares de centralização do comando e extermínio da concorrência, profissionalizando o crime organizado.
Os grandes chefes do jogo do bicho no Rio de Janeiro surgiram durante o regime militar: Anísio Abraão, Castor de Andrade, e claro, o Capitão Guimarães – que pediu dispensa do Exército para se dedicar ao comando da contravenção.
Foi sob os olhos coniventes do regime militar que o jogo do bicho se institucionalizou, servindo ainda para lavar dinheiro de corrupção e financiar o tráfico e outros crimes.
Para quem quer saber mais sobre o assunto, sugiro a leitura do livro abaixo, onde os autores contam como integrantes do aparato repressivo da ditadura militar migraram para o universo da contravenção – e como ela era tolerada no regime.
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