Deputados sergipanos defendem voto impresso

Pelo menos dois deputados federais sergipanos defendem que a eleição do próximo ano seja realizada com o voto impresso, que serviria como uma espécie de tira-teima para confirmar os resultados apresentados na urna eletrônica.

O deputado federal Fábio Henrique (PDT), que não costuma simpatizar com os projetos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, surpreendeu e foi ontem ao Twitter defender o voto impresso na eleição do próximo ano.

“A CCJ da Câmara aprovou hoje a admissibilidade do projeto que prevê o voto impresso. Depois do que aconteceu nas eleições de 2020, manifesto minha posição favorável ao voto impresso. Transparência não faz mal”, disse o parlamentar sergipano.

Preço da democracia
Fábio Mitidieri é outro parlamentar que também não costuma demonstrar simpatia às ideias do presidente Jair Bolsonaro – mas estaria disposto a votar favoravelmente à instituição do voto com comprovante em papel.

“A única ressalva que faço é o alto custo do voto impresso. Mas se esse for o preço a pagar pela democracia, para que as pessoas fiquem mais tranquilas, ou para que seja afastado qualquer tipo de risco, não vejo problema algum”, explicou Mitidieri.

Para ele, se forem realizadas ao menos duas eleições e o voto impresso ratificar o eletrônico (o que ele acha que acontecerá), o sistema puramente digital poderia ser retomado, pois estaria descartada a possibilidade de fraude.

Teoria da conspiração
Fábio confirmou que o voto impresso seria uma forma de tranquilizar a população que vem acreditando no que ele classificou como “fake news e teoria da conspiração”.

“Só lembrando que a urna eletrônica existe há vinte anos, portanto o presidente foi deputado eleito várias vezes pela urna eletrônica e nunca o vi duvidar dos votos que teve. Mas se parcela da sociedade tem essa dúvida, a gente pode fazer umas duas eleições neste formato”, avaliou, ressaltando que em tese, acha desnecessária a impressão do voto.

Polarização
O deputado sergipano concluiu afirmando que a eleição do próximo ano será muito polarizada, com a possibilidade de candidatura do presidente Lula. “As pesquisas estão mostrando um empate técnico e a tendência do eleitorado é a polarização. Então, o que a gente puder fazer para dar transparência a este processo, é bom”, finalizou o parlamentar do PSD.