Toda eleição é a mesma coisa. Os candidatos são obrigados por lei a apresentarem uma relação dos bens que possuem: imóveis, carros, empresas, dinheiro, investimentos... E eles sempre o fazem com valores desatualizados – provavelmente com base no que foi relatado no Imposto de Renda.
Ainda assim, analisando a prestação de contas apresentada pelos candidatos ao Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE), é possível ter uma ideia do patrimônio de cada um. Se os dados representam a realidade ou não, como alguns descrédulos podem pensar ao ver a relação, isso cabe à Justiça dizer.
Dois candidatos registraram que possuem patrimônio que vale mais de um milhão de reais. João Alves Filho (DEM) disse que seus bens valem exatos R$ 1.499.463,20 e Emerson Ferreira declarou patrimônio de R$1.396.328,57. Outros três candidatos apresentaram valores não muito distantes disso. Edvaldo Nogueira (R$ 951.243,57); João da Tarantela (R$ 730.779,49) e Sônia Meire (R$ 953.520,00). Valadares Filho possui R$ 525 mil em bens e Vera Lúcia não declarou nada.
Linha telefônica
João Alves Filho, como em toda eleição, apresentou uma extensa lista de bens antigos e sem muito valor financeiro: além de um título de sócio do Iate Clube (R$ 1.837,93), ele também declarou ser proprietário de dois títulos de sócio do Camping Clube (valendo também exatos R$ 1.837,93), uma linha telefônica (R$ 2.775,77), além de uma biblioteca, no valor de R$ 7 mil.
Já na lista de propriedades mais valiosas, João declarou um crédito a receber no valor de R$ 100 mil, da Indústria Gráfica Tribuna de Aracaju (o jornal Correio de Sergipe). Outros R$ 29 mil em um título de capitalização do Bradesco e um apartamento no valor de R$ 311 mil – o mesmo prédio onde mora há vários anos.
Há ainda na relação de bens apresentados ao TRE uma aplicação em renda fixa no valor de R$ 42 mil; outros R$ 161 mil em um fundo de investimento; R$ 50 mil em uma conta corrente e dois créditos da Construtora Habitacional, um no valor de R$ 176 mil e outro de 582 mil.
Investimentos
O segundo colocado no quesito “riqueza” é o médico Emerson Ferreira. Profissional reconhecido na área da dermatologia, ele declarou um apartamento no valor de R$ 160 mil, no bairro Jardins, uma casa no conjunto Leite Neto, valendo 85 mil e um veículo que custou R$ 130 mil. Mas a maior parte dos bens de Emerson está em aplicações financeiras. Ele possui cerca de R$ 220 mil em duas aplicações de Previdência Privada, outros R$ 475 mil em investimentos financeiros, um terreno no Garcia (R$ 105 mil) mais R$ 84 mil em quotas de participação acionária em uma clínica.
Carros e casas
Já a professora Sônia Meire afirmou que possui dois carros populares, no valor de R$ 35 mil cada, um buggy, um reboque e uma casa de R$ R$ 350 mil na Coroa do Meio – além de um apartamento financiado, no valor de R$ 280 mil, na Atalaia, e um terreno na Coroa do Meio, vendido por R$ 250 mil em julho.
O ex-prefeito Edvaldo Nogueira declarou ser dono de duas salas comercias no empreendimento Gentil Barbosa NEO, no valor de R$ 280 mil cada uma – sendo que R$ 18 mil de cada já foram pagos em 2011 e R$ 67 mil pagos em 2012. Também possui um terreno de R$ 10 mil no Mosqueiro, um apartamento no Jardins, no valor de R$ 175 mil e dois planos de Previdência Privada, que somam R$ 200 mil.
Sem pizza
Já o candidato João Tarantela declarou vários imóveis de valores modestos (entre R$ 20 mil e R$ 40 mil), todos pontos comerciais. Apresentou ainda um lote no valor de R$ 40 mil na avenida Edézio Vieira de Melo, outro terreno de mesmo valor na avenida Pedro Calazans e um apartamento na avenida Beira Mar, no valor de R$ 378 mil. Na sua famosa pizzaria Tarantela (parece que não é tão sua assim), ele possui apenas quotas no valor de R$ 1.500,00.
Apartamento e consórcio
O mais jovem candidato a se apresentar na disputa pelo comando da capital foi Valadares Filho, que apesar de estar no segundo mandato de deputado federal, afirmou ser dono de um terreno no valor de R$ 20 mil, na Serra do Cruzeiro, em Simão Dias; de uma carta de crédito em um consórcio, uma caminhonete ano 93 (R$ 25 mil) e um imóvel de R$ 440 mil, financiado pela CEF. Além disso, uma Parati 1995, com aparelho de sonorização, valendo R$ 20 mil.
A candidata Vera Lúcia (PSTU) não cadastrou nenhum bem ao registrar sua candidatura na Justiça Eleitoral.
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
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