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26 de Julho 14H:14
COTIDIANO

Em Aracaju, creches municipais em tempo integral garantem mais aprendizado a alunos e segurança às famílias

A primeira infância é o período mais importante para o desenvolvimento de uma criança, além de ser também uma fase em que muitos pais necessitam de rede de apoio e suporte para a formação cidadã daquele pequeno indivíduo. A Prefeitura de Aracaju, entendendo a relevância dos impactos da educação infantil, desempenha um papel fundamental no ensino e aprendizagem para os alunos desde as primeiras idades, e por isso, as séries iniciais possuem um calendário mais extenso de aulas.

Conforme o cronograma da Secretaria Municipal da Educação (Semed), as aulas do primeiro semestre do ano letivo 2023 foram encerradas no dia 12 de julho para os alunos das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef), da pré-escola e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). No entanto, os alunos das creches em turno integral têm apenas 15 dias de recesso, essenciais para a manutenção das instituições.

De acordo com o secretário municipal de Educação, Ricardo Abreu, o planejamento da gestão para a educação infantil é feito a partir de um olhar humanizado e especializado, a fim de garantir a todas as crianças o direito à creche, promovendo um desenvolvimento qualitativo, assim como também pensa no apoio necessário às famílias que, muitas vezes, não têm com quem deixar os pequenos enquanto trabalham.

“É bem verdade que o papel prototípico das unidades escolares sejam, elas de Educação Infantil, de Ensino Fundamental ou de Educação de Jovens e Adultos, é a educação. Mas hoje já existe um consenso na comunidade brasileira de que principalmente as escolas de Educação Infantil têm o seu papel ampliado. Elas transcendem o papel didático pedagógico e assumem também um papel de proteção, de assistência, que transcende o direito da criança à educação, mas garante também às suas famílias, principalmente aquelas famílias mais vulneráveis, o direito ao trabalho e o direito a ter o seu filho em uma instituição preparada para cuidar e educar, e assim eles possam ter a tranquilidade para ir para os seus trabalhos. Aquelas mães solo, que não dispõem de uma rede de apoio, têm nas unidades escolares de educação infantil da Semed essa rede de apoio municipalizada para que elas possam exercer cidadania através do trabalho e possam ter dignidade também para dentro dos seus lares”, reitera o secretário.

Para a coordenadora de Educação Infantil da Semed, Núbia Lira, estender o calendário das creches traz à tona a relevância do trabalho especializado que vem sendo realizado nestas instituições e os impactos da ações planejadas na vida das crianças que estão se desenvolvendo em espaços educativos de qualidade, onde a aprendizagem é promovida de maneira constante.

“A instituição de educação infantil cumpre uma função importante com relação a esse apoio às famílias, que muitas vezes precisam trabalhar e teriam dificuldades nesse período. Mas, a educação infantil também cumpre um trabalho pedagógico nessas instituições, com professores especializados e capacitados para promover o que há de melhor para cada criança”, disse Núbia.

A coordenadora reforça o quanto os primeiros anos de vida são sensíveis para o desenvolvimento humano, pois é quando se forma a estrutura emocional e afetiva, além de desenvolver áreas fundamentais do cérebro relacionadas a personalidade, caráter e capacidade de aprendizado.

“Nessa fase da vida, as crianças aprendem as coisas que existem no mundo. Aprendem sobre pessoas, sobre adultos, sobre as crianças com as quais convivem, sobre os espaços, uso de materiais, sobre a natureza, o conhecimento da cultura literária infantil, sobre a brincadeira, e tudo isso é pensado pedagogicamente pelos gestores e professores que trazem propostas significativas a partir de atividades que trazem ensinamentos importantes sobre o exercício da cidadania e compreensão de mundo. Até mesmo o ato de ir ao parquinho da escola é um método de ensino importante, porque ali a criança aprende sobre partilha, e o quanto é importante ela entender que o outro também tem direitos. É diferente de ir a um parque na pracinha, por exemplo. É importante essa interação na escola, porque a criança precisa aprender convivendo qualitativamente”, explica a coordenadora.

O período de recesso será iniciado no dia 29 de julho, segundo Núbia Lira, e é fundamental para a manutenção da escola. “Nos últimos 15 dias de férias nós realizamos um recesso também com a educação infantil, para a manutenção da escola, toda a organização dos espaços, limpeza mais intensa da unidade e dos materiais, e a formação dos profissionais que também intensificamos nesse período”, aponta.

A diretora da Emei Ana Luiza Mesquita Rocha, localizada no bairro José Conrado de Araújo, Érica Santos, conta que as atividades realizadas na instituição durante esse período são alinhadas às rotineiras, porém com a intensificação das mais lúdicas.

“Aproveitamos que os alunos da pré-escola estão de férias para explorar os outros espaços com as crianças do infantil e desenvolver outras atividades que não acontecem com tanta frequência. As professoras vêm fantasiadas, colocamos músicas, fazemos uma recreação, coisas que acontecem no dia a dia, mas, nesse período são intensificadas”, destaca Érica.

Positivo para os pais


A pequena Luna Liz Silva, de apenas um ano e onze meses de idade, chega toda empolgada para a aula na Emei Ana Luiza Mesquita Rocha. Para a mãe, Michelle Silva, além de poder ir trabalhar tranquilamente, por saber que a filha está em um local seguro, a interação da criança na creche tem sido fundamental para o seu crescimento enquanto cidadã.

“É muito importante ver como a continuidade da educação pode proporcionar o desenvolvimento da minha filha. Aqui não é apenas recreação. É notável o quanto Luna Liz está desenvolvendo a fala e as habilidades sociais. Isso para nós, mães, é muito importante. A escola participa ativamente no processo de educação e isso colabora para a vida da minha filha e das outras crianças. Além de que eu posso trabalhar sem ter que procurar uma segunda ou terceira opção de alguém que cuide dela nesse período”, avalia Michelle.

Para Larissa Santos, mãe de Pedro Miguel Santos, estudante também da Emei Ana Luiza Mesquita Rocha, a extensão do período letivo do filho está sendo positiva, já que ela tem outras atividades para dar conta durante o dia. “Eu cuido da minha avó, tenho que ir com ela para o médico, resolver questões de saúde, e isso me ajuda muito. Além de que ele está aprendendo muito. Ele já conta até dez, e eu não esperava isso, porque ele só tem dois anos. Ele sabe o nome de todo mundo, interage muito. E ele ama vir para a creche, quando não vem, chora. Isso tudo é reflexo do amor que as professoras têm por eles”, acredita Larissa.

O mesmo sentimento é compartilhado pelos pais de Júlia Sofia Mota, de três anos, Lígia Mota e Diogo Feitosa. A mãe da garotinha reforça o quanto está sendo positivo para ela e para o pai da criança, o fato de o recesso ser menor para Júlia. “Tem gente que tem rede de apoio, mas muitos também não tem. Nós dois [ela e o pai] trabalhamos, então, tem sido importante esse apoio da Prefeitura, porque vão ser só 15 dias de recesso”, destaca Lígia.

 

Fotos: Marcos Panxão | Ascom Semed

 

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