
Após a concretização do maior sonho do brasileiro – que é a casa própria –, muitos mutuários tiveram dificuldades em manter o pagamento em dia, dando origem ao incômodo saldo residual.
O Governo de Sergipe, com o desejo de facilitar a resolução deste problema, e ao mesmo tempo,
resgatar a renda devida, no mês de outubro lançou através da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop) o Plano de Renegociação de Dívidas. Com a ampliação do prazo de parcelamento do débito de 12 para até 42 meses, a adesão que já estava sendo boa, triplicou agora em novembro.
Além do parcelamento, o PRD dá desconto médio de 70%, com a retirada de 100% de multas e juros. Isto foi o essencial para a aceitação do plano pelos beneficiados, segundo acredita um deles, o motoboy Wellington Alves de Souza, morador há 20 anos do conjunto habitacional Fernando Collor de Melo, localizado em Nossa Senhora do Socorro.
“Se o governo não tivesse tomado esta medida de tirar juros e multas, os mutuários não teriam aderido. Outros órgãos também deveriam fazer o mesmo, pois não é só na Cehop que existem dívidas. Depois que recebi a carta da Cehop, comecei a fazer uma análise até chegar ao meu orçamento. Fui lá e fiz o acordo. O plano foi excelente, para quem estava em débito poder renegociar foi bom. E agora falta pouco para a casa ser quitada”, relatou.
De acordo com o Diretor-Presidente da Companhia, Caetano Quaranta Filho, o Plano abrange cerca de três mil pessoas com prestações atrasadas em cinco núcleos habitacionais pertencentes ao Governo do Estado: os conjuntos Fernando Collor II, Marcos Freire III, Siri III e Albano Franco I, em Nossa Senhora do Socorro, e o Laranjeiras III, em Laranjeiras. Todos já foram informados através de cartas enviadas pela Cehop e a Central de Atendimento do órgão tem atendido de 30 a 40 pessoas por dia desde então.
“Hoje existem atrasos que variam de uma até 254 prestações e quando as pessoas começaram a fazer os cálculos, para alguns devedores, as parcelas ficaram muito altas e não conseguiam pagar. Em função desta demanda e de uma reunião que tive com o governador Jackson Barreto, ele pediu que a gente desse uma alternativa para esses casos. Então levei para o Conselho de Administração para nós parcelarmos em até 42 meses, que é o máximo dentro do prazo do financiamento, mas resguardando o valor máximo de 250 reais mensais”, explicou o presidente.
Atualmente, o débito dos mutuários ultrapassa os R$ 94 milhões. De um total de R$ 380 mil que deveriam ser arrecadados mensalmente, apenas R$ 170 mil estavam entrando nos cofres do Governo. “Estamos oferecendo a melhor condição possível e imaginável dentro do que é previsto por lei. A medida vale para todo mundo, indistintamente. Essa situação é única, nunca antes oferecida em Sergipe”, destacou Quaranta.
Renegociação
Para quem está nessa situação, foi a melhor alternativa, acredita outro mutuário que também já aderiu ao plano. “Na verdade, é bem vantajoso, porque eles estão tirando mora e juros e também o refinanciamento é o melhor caminho para a pessoa ter sua casa própria, quitar as dívidas antigas para evitar uma dor de cabeça maior que é ir para a Justiça, e a pessoa arriscar até a perder a casa. Então é muito importante e a vantagem que a Cehop está oferecendo é muito boa”, disse, Wilson Teles Santos.
Atendimento
O mutuário com parcelas atrasadas que queira aderir ao Plano de Renegociação de dívidas, pode comparecer à Central de Atendimento da Cehop, localizada na avenida Adélia Franco, 3035, no bairro Grageru, em Aracaju, das 7 às 13h, onde assinará um Termo de Renegociação de Dívida e Parcelamento do Pagamento. O prazo para renegociação vai até o final de dezembro.
Quem está em dia com as mensalidades não recebeu esta carta, mas se for de interesse
poderá antecipar a quitação do contrato de financiamento, contando neste caso com um desconto de 30% do saldo total restante.“Nestes conjuntos habitacionais, faltam em média quatro anos para o encerramento do financiamento. Com este plano a pessoa tem a possibilidade de quitar a dívida passada e pagar as demais prestações, que são em média no valor de R$ 70, para ser de fato o proprietário de sua casa”, ressalta o presidente da Cehop.
Fonte: ASN
Foto: Marcelle Cristinne/ASN