O presidente Michel Temer (PMDB) está retaliando os deputados federais que estão na sua base aliada mas não votaram a favor da chamada reforma trabalhista.
A ordem é exonerar os indicados pelos deputados “infiéis” e recompor a base, para conseguir aprovar as demais reformas que estão sendo propostas e não contam com muita popularidade – como a da previdência. Neste processo, deputados sergipanos estão assistindo à exoneração de seus indicados para comandar órgãos federais em Sergipe.
Em Sergipe, o Diário Oficial já registrou a exoneração dos chefes do Dnocs e Iphan, indicados por Valadares Filho (PSB); Ibama e Dnit, indicados por Adelson Barreto (PTB) e o INSS, indicação de Jony Marcos (PRB). Em Sergipe, apenas André Moura (PSC) e Laércio Oliveira (SD) votaram com a bancada governista. Fábio Reis (PMDB) não compareceu à votação.
Pelo whatsapp, Jony Marcos falou com o BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE e confirmou que iria votar também contra a reforma da previdência. “Votarei também contra a reforma da previdência. Não voto contra o povo! Não barganho meu voto!”, disse o deputado.
Lista negra
O Jornal Folha de São Paulo divulgou ontem que o presidente Michel Temer listou cerca de 25 parlamentares que terão seus aliados demitidos de cargos públicos por terem votado contra o governo na proposta de mudança da legislação trabalhista e também por não apoiarem a reforma da Previdência. Segundo a Folha o deputado sergipano pastor Jony Marcos (PRB-SE) é um dos parlamentares da lista e poderá ter seus aliados demitidos.
A estratégia do Palácio do Planalto, segundo o jornal paulista, é tirar os cargos dos parlamentares considerados infiéis e transferir as nomeações para outros, em troca dos votos destes deputados na reforma da Previdência.
A reportagem da Folha cita que o governo considera ter sido traído por cerca de 70 deputados e espera que as demissões ajudem a reverter a posição do resto do grupo. Há nomes de dez partidos, como o PMDB (sigla do presidente), o PP (do líder do governo) e o PSB, que declarou posição contrária às reformas e deve ser o mais atingido.
Segundo auxiliares de Temer, nem todas as demissões serão definitivas. Algumas podem ser revertidas se os padrinhos das nomeações decidirem votar com o governo na reforma da Previdência.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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