Gracho Cardoso foi o município sergipano que mais desmatou a Mata Atlântica entre 2014 e 2015, com a eliminação de 61 hectares (aproximadamente a área de 61 campos de futebol) de floresta nativa.
No sentido inverso, Pirambu foi a cidade que mais conservou o seu bioma, com 31,2% do total natural preservado.
Isso é o que mostra o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, lançado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esses são os principais destaques do Estado de Sergipe no levantamento da ONG.
Neste ano, em que a SOS Mata Atlântica comemora seu 30º aniversário, o estudo mapeou os 100 municípios que mais desmataram o bioma entre 1985 e 2015. Sergipe não conta com nenhum município entre os 100 que mais desmataram em todo o país, nesse período.
“O Atlas dos Municípios é extremamente importante, pois traz um balanço de quais estados e municípios têm dado o devido valor à preservação das florestas nativas e do meio ambiente. Nesta edição, por meio do levantamento de 30 anos, conseguimos mapear a situação das cidades e esperamos que esse Atlas contribua para incentivar os novos governantes a conservarem a Mata Atlântica”, disse a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.
Atlas dos 30 anos
O balanço de 30 anos do Atlas da Mata Atlântica mostra que as regiões Sul e Sudeste têm a maior quantidade de municípios entre os 100 que mais desmataram o bioma. Juntos, os estados do Paraná (40), Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (11) responderam por 64% desse ranking.
A Bahia tem 10 cidades no levantamento dos 100 municípios que mais desmataram a Mata Atlântica em 30 anos, seguida por Minas Gerais (9), São Paulo (6), Mato Grosso (4), Espírito Santo (3), Piauí (2) e Rio Grande do Sul (2).
O ranking dos 10 maiores desmatamentos entre 1985 e 2015 é liderado pelo Paraná, com cinco cidades, seguido pelo Rio de Janeiro (2), Bahia (2) e Santa Catarina (1). Juntas, as 10 cidades desse ranking desmataram 169.858 hectares (1.698,58 quilômetros quadrados), área um pouco maior do que a da capital de São Paulo (1.522,9 km²).
Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 30 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha).
Planos municipais da Mata Atlântica
Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município.
“O PMMA é extremamente importante, pois é um plano que depende diretamente da ação da comunidade local em parceria com a sociedade para ser aplicado, diferente das outras leis do país. A aplicação do plano permite o desenvolvimento de políticas locais de meio ambiente” afirma Mario.
‘Aqui tem Mata’
É possível acompanhar a situação dos remanescentes florestais em 3.429 municípios abrangidos pela Lei da Mata Atlântica no ‘Aqui tem Mata?’, hotsite que disponibiliza, por meio de mapas interativos e gráficos, informações sobre o estado de conservação de florestas, mangues, restingas e outros ambientes do bioma.
Basta inserir o nome de um munícipio para descobrir o que resta de vegetação, as bacias hidrográficas presentes na cidade, o ranking municipal de desmatamento e se existe alguma área preservada de Mata Atlântica no bairro ou em regiões próximas, como parques, reservas federais, estaduais e municipais, entre outras informações. Acesse www.aquitemmata.org.br.
SOS Mata Atlântica
Foto Ilustrativa Parque da Cidade
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