No primeiro semestre deste ano, 3.333 vítimas de acidentes envolvendo motociclistas foram atendidas na Área Verde Trauma do hospital. Desse total, 860 pacientes ficaram internados para observação e tratamento.
O estudante Weidson de Oliveira, 21, também se machucou ao pilotar uma motocicleta. Ele é morador do povoado Batatas, município de Tobias Barreto, e perdeu o controle do veículo quando o pé que estava calçado com chinelos sem traseiras (item proibido) deslizou no pedal da moto, deixando-o preso entre os raios do pneu. O jovem sofreu uma fratura no tornozelo e escoriações nos pés.
“Foi tudo muito rápido. Fui desviar de um buraco. Eu sei que é proibido usar esse tipo de calçado, mas era uma coisa tão rápida que eu ia fazer que nem imaginei que aconteceria comigo. Agora aprendi a lição. Não vou deixar de pilotar minha moto de forma irresponsável. Agora, somente com o capacete e o calçado adequado”, afirmou o jovem.
No mesmo período de 2015, esse número foi de 3.596 atendimentos e com 973 vítimas internadas. As principais causas foram as quedas e colisões com outros veículos, além da desobediência às leis e o não uso dos equipamentos obrigatórios de segurança.
Conscientização
Nesta quarta-feira, 27 de julho, é comemorado o Dia do Motociclista. Esses condutores, na maioria das vezes, tem pouco para comemorar porque os índices de acidentes aumentam a cada dia. De acordo com o coordenador do Pronto Socorro do Huse, Vinícius Vilela, é necessário intensificar as campanhas e cobrar mais educação no trânsito.
“É preciso alerta e responsabilidade. São muitos os casos de acidentes motociclísticos. Um verdadeiro problema de saúde pública e social. É preciso intensificar e massificar as campanhas educativas e a fiscalização dos órgãos responsáveis. A Área Verde Trauma no Pronto Socorro é composta por 80% de vítimas de acidentes motociclísticos. A problemática abrange altos gastos para o tratamento de um paciente, além da necessidade de cirurgias ortopédicas e as sequelas que muitos carregam para a vida toda”, explicou.
Os acidentes motociclísticos, na maioria, causam fraturas em membros superiores e inferiores e afetam ossos como o fêmur, tíbia e rádio. Em 30% desses casos, as sequelas são definitivas como paraplegias, tetraplegias, deformidades ósseas e amputações. Outros 70% sofrem sequelas parciais como restrições de movimentos e dores.
No Huse, um paciente envolvido em acidente de moto que seja submetido a uma cirurgia, por exemplo, fica, em média, 30 dias hospitalizado para sua recuperação. Isso representa um custo hospitalar aproximado de R$ 120 mil. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o custo social de cada um desses pacientes é de, em média, R$ 952 mil aos cofres públicos, o que envolve atendimento pré-hospitalar, hospitalar, licença, aposentadoria, entre outros.
A superintendente do Huse, Lycia Diniz, explica que cada paciente traumatizado durante um acidente motociclístico gera um custo social. “Esses pacientes na maioria das vezes ficam afastados do trabalho e isso gera um custo social alto porque ficam sem trabalhar durante um bom tempo e recebem seguros, além de custos para o SUS devido a mobilização de equipes, materiais, medicamentos, centro cirúrgico e até mesmo UTIs”, informou.
O Governo do Estado lançou no ano passado a Campanha ‘Motociclista Vivo’, com o objetivo de reduzir os altos índices de acidente com motos. Uma campanha de cunho educativo e que envolveu as Secretarias de Estado da Saúde (SES), Educação (Seed) e Departamento Estadual de Trânsito (Detran/SE).
ASN
Foto: SES
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