O estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 7 de julho, revela um notável crescimento nos estabelecimentos religiosos do Brasil nas últimas duas décadas.
Dos 124.529 estabelecimentos registrados em 2021, 52% pertencem a evangélicos pentecostais ou neopentecostais, liderando, seguidos por 19% de evangélicos tradicionais e 11% de católicos. A Assembleia de Deus, entre os pentecostais, detém 14% dos estabelecimentos. Apenas 8% não foram identificados, predominantemente compostos por associações comunitárias, beneficentes ou educacionais.
A nota técnica, intitulada "Crescimento dos Estabelecimentos Evangélicos no Brasil nas Últimas Décadas", é de Fernanda De Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura (Diset) do Ipea, Weverthon Machado, pesquisador de pós-doutorado na Utrecht University, e Eric Jardim Cavalcante, pesquisador bolsista na Diset. O estudo destaca uma notável expansão, tanto em números absolutos quanto na distribuição geográfica em todo o território brasileiro. Esse avanço é especialmente pronunciado no interior, marcando uma mudança significativa em relação ao crescimento anterior concentrado nas grandes cidades.
Em 2000, cerca de 15,4% da população brasileira se identificava como evangélica, número que aumentou para aproximadamente 22,2% em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse crescimento é atribuído, em parte, à migração para áreas urbanas, com maior oferta de igrejas e eventos religiosos. Além disso, mudanças sociais e econômicas, como a urbanização acelerada e desigualdades socioeconômicas, contribuíram para essa expansão, conforme destaca o estudo.
Os pesquisadores também observam uma tendência interessante, indicando que o crescimento das igrejas evangélicas não se limita apenas às grandes cidades. Houve um aumento notável no número de estabelecimentos em áreas rurais e municípios menores, apontando para uma interiorização das instituições religiosas.
"Observamos um processo significativo de interiorização desses estabelecimentos no país ao longo dos últimos anos", conclui De Negri. Finalmente, a pesquisa destaca que o fenômeno evangélico no Brasil não é apenas um crescimento exponencial, mas também uma notável disseminação geográfica, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Com informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Foto: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
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