Em conversa com o BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE o presidente da Assembleia Legislativa, Luciano Bispo (PMDB), afirmou que o recesso de 90 dias da casa não atrapalha o trabalho dos parlamentares.
Ele também criticou as discussões sobre o processo eleitoral de 2018 e avaliou que a população não quer discutir política agora – quer soluções para os problemas que atingem a sociedade.
Sobre o afastamento de deputados e convocação de suplentes, ele diz que o ideal seria trabalhar com os 24 deputados, mas que cabe à Justiça resolver o imbróglio. Confira abaixo a entrevista.
BLOG DO MAX- A Assembleia Legislativa recomeçou suas atividades esta semana. Qual será o foco dos trabalhos da casa em 2017?
Luciano Bispo - Continuar ajudando ao governo do Estado a enfrentar a crise e gerar oportunidades para retornarmos ao desenvolvimento de Sergipe. Todos nós precisamos nos somar e resolver os problemas, as situações que os sergipanos estão enfrentando, com a seca, a falta de emprego, a segurança pública e o pagamento dos servidores públicos, que tem nos preocupado muito.
BM - Os projetos de autoria dos deputados, serão votados? Alguns parlamentares reclamam que suas propostas não são apreciadas. Por que isso acontece?
LB - Não tenho recebido essa reclamação não. Se há algum deputado que tenha um projeto, basta nos encaminhar, e não precisa de muito protocolo não. Todos naquela casa sabem da minha maneira de administrar.
BM- A Assembleia retomou os trabalhos, mas já paralisa novamente na próxima semana, por conta do carnaval. Isso prejudica o trabalho dos deputados? Essa semana inicial foi pouco produtiva?
LB - Mais uma vez eu quero deixar bem claro que os deputados estaduais não pararam de trabalhar não! É um grande equívoco, e que infelizmente setores da própria imprensa ajudam a criar essa imagem. Você já acompanhou um deputado estadual, vereador, ou senador durante os finais de semana, ou até mesmo durante o recesso nas tribunas? Eu e todos os parlamentares trabalhamos, e trabalhamos muito, nos dias da semana e nos finais de semana.
BM - O deputado Gustinho Ribeiro tem defendido a diminuição do recesso parlamentar, que é hoje de 90 dias por ano - o que dá 360 durante um mandato de quatro anos. O senhor acha que esse período é muito longo?
LB - Eu respeito a opinião do deputado Gustinho Ribeiro, mas continuo afirmando que deputados e vereadores, trabalham e trabalham muito, independente de estarmos em recesso, ou não.
BM - Há necessidade de mais dias com realização de sessões? Esses recessos prejudicam o andamento dos trabalhos na casa?
LB - Não prejudica em nada. Em qualquer casa parlamentar, se o prefeito, ou governador, ou presidente do Tribunal de Justiça precisar que seja analisado algum projeto, durante o período do recesso, qual tem sido o comportamento da Assembleia, ou de qualquer câmara de vereadores, ou até mesmo do Congresso Nacional?
BM - A assembleia reiniciou os seus trabalhos desfalcada, com três deputados a menos. Quando será resolvido o imbróglio sobre as vagas abertas com a saída dos parlamentares? Isso é ruim para a casa?
LB - Veja, o ideal é que a Casa esteja com todos os 24 deputados estaduais atuando e defendendo a sociedade sergipana. Você está me perguntando quando é que essa situação será resolvida, e lhe respondo, a decisão cabe ao poder judiciário. O afastamento dos dois deputados, Augusto Bezerra e Paulinho das Varzinhas, está dependendo da decisão judicial. Quanto à questão que envolve Tijoi e Daniel Fortes, essa eu já marquei a posse para segunda-feira, cumprindo também decisão do juiz.
BM - O senhor acha que poderá haver outros processos de suplentes, disputando as vagas? Essa vacância e alternância de nomes pode anular alguma votação na casa?
LB - Cada um tem o direito de questionar e buscar seus direitos. Quanto a prejudicar ou anular alguma votação, isso não existe.
BM - Qual o seu destino político em 2018? Seu nome tem sido lembrado para Governador. O senhor pensa em compor a chapa majoritária ou quer disputar a reeleição?
LB - Como tenho dito sobre essa questão de 2018: Nós temos a reponsabilidade de governar esse estado, e ajudar ao governado Jackson Barreto a governar e resolver os problemas dos sergipanos. A quem interessa esta discussão agora? Já tem gente até fazendo ou comemorando resultado de pesquisa. Isso é de quem não tem o que fazer, pergunte ao povo se quer saber disso agora? Temos tanto problema pra resolver e ficar preocupado agora com as eleições em 2018?
BM - O PMDB terá mesmo candidato ao governo? Qual o nome que mais aglutina hoje, dentro do partido?
LB - O PMDB é o partido do governador Jackson Barreto, e eu me recordo que, no anúncio do apoio ao PCdoB, em Aracaju, o próprio Jackson disse que em 2018 o PMDB estaria encabeçando a chapa majoritária. Esse é o direito do governador. Sobre os nomes, nós temos muitos nomes, a exemplo de Belivaldo Chagas, que é nosso vice-governador e tem um comportamento muito correto com todos nós. E o próprio Belivaldo, quando perguntado sobre isso, tem dado a mesma resposta, é preciso pensarmos agora em governar o estado. 2018, será consequência do fizermos em 2017, e é isso que estamos fazendo, trabalhando para os sergipanos.
BM - E o Senado, o PMDB pretende apresentar candidato? O senhor acha que Jackson Barreto será candidato?
LB- Tanto o PMDB, quanto todos os demais partidos da nossa base de sustentação no governo têm o direito legítimo de apresentar nomes para compor a chapa majoritária. Sobre o futuro do governador, ele já disse por várias vezes que não será candidato, mas participará ativamente do processo eleitoral para definir o futuro governo de Sergipe, que não pode cair nas mãos de quem não tem o povo como prioridade, e sim seus interesses próprios. Agora, se for candidato, Jackson Barreto terá, disso eu não tenho nenhuma dúvida, o carinho do povo sergipano, que nunca lhe abandonou.
BM- Gualberto fica mesmo na liderança do governo? Ele estaria disposto a defender o governo em projetos que tratem da privatização da Deso?
LB - Você já ouviu da boca de Gualberto que ele deixaria a liderança do governo? E da boca do próprio governador Jackson Barreto, você ou alguém já ouviu essa possibilidade? Isso é história, é fofoca da política. Gualberto tem sido, desde o governo de Marcelo Déda, um excelente líder e tem dado uma das maiores contribuições para governar esse Estado. Os sergipanos não fazem ideia do quanto aquele baixinho tem contribuído pra gente governar esse Estado.
BM - E sobre a privatização da Deso?
LB - O que eu vejo e ouço muito dessa história da Deso é uma precipitação exagerada. Claro que as pessoas, quando começaram a ouvir que a empresa será privatizada, cada um vai defender o seu ponto de vista e o seu interesse. O que nós, como governantes do Estado temos que pensar é em resolver os problemas do Estado. Se essa discussão chegar à esta Casa, nós saberemos como conduzir e iremos nos posicionar. Sobre o deputado Francisco Gualberto, ele tem maturidade suficiente pra ter as suas posições, e todos nós precisamos entender e respeitar, pois ele ao longo da sua vida pública sempre se manteve coerente.
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