Com interesse em potencializar a participação das empresas sergipanas no processo de implantação da Usina Termoelétrica Porto de Sergipe (UTE), o governador Jackson Barreto participou, nesta terça, 21, de audiência com o presidente da Central Elétrica de Sergipe (Celse), Eduardo Maranhão.
A reunião foi solicitada pelo governador, que apresentará demandas de interesse do Estado. O intuito do governo é que empreendimentos locais sejam fornecedoras diretas da General Eletric (GE), contratada para construir a usina e fornecer tecnologia necessária à conversão do gás em energia elétrica, ou da Celse.
“Essa reunião foi muito boa e extremamente proveitosa do ponto de vista do conhecimento mais profundo do projeto. Acredito que o aproveitamento de empresas de gás para as obras civis da termoelétrica fortalece muito o governo perante a sociedade sergipana e também na ampliação dos negócios. A UTE é um empreendimento muito importante para o estado, as coisas estão acontecendo de forma muito concreta e eu me sinto muito feliz porque estou cuidando do meu estado, do meu povo e preparando Sergipe para as novas gerações. A termoelétrica não será inaugurada pelo governador Jackson Barreto. Eu passo, mas o Estado fica e a nossa gente também”, comentou o governador, acrescentando que Eduardo Maranhão reuniu-se na manhã desta terça com a Cehop e ficou satisfeito com o nível de participação e, sobretudo, pela preocupação e engajamento dos homens de negócio de Sergipe com a construção e a chegada da termoelétrica.
A reunião de hoje também serviu para que o governador, secretários de Estado e presidentes de órgãos envolvidos no processo de instalação da termoelétrica tivessem acesso a informações sobre o andamento das obras da UTE. De acordo com o presidente da Celse, a terraplanagem do terreno está em fase final.
“Começamos a movimentação de terra no ano passado, em dezembro. Já tivemos autorização para instalação do canteiro e iniciamos a obra civil, com o trabalho de terraplanagem. Essa fase já está praticamente concluída e estamos aguardando a emissão da licença. Agradecemos o apoio do Governo, desde o início do processo. Estamos muito felizes com avanço do projeto. Temos aproximadamente 160 pessoas trabalhando na obra, sendo boa parte da Barra dos Coqueiros, isso porque a obra propriamente dita não começou. O sentimento de todo grupo da Celse e acionistas é que existe transparência no relacionamento e que a interlocução com o Governo do Estado é constante, transparente e podemos usar como referência as práticas daqui”, elogiou o presidente.
Eduardo Maranhão ressaltou ainda que o projeto traz impacto positivo para a região. “Viemos hoje para atualizar o governo sobre a parte do projeto que já ocorreu. Já são quase R$ 500 milhões investidos e comprometidos pelos acionistas. Nosso objetivo é bancar as obras até o fim do ano com recursos próprios. Estamos muito satisfeitos com o que conseguimos até agora. Em um momento que vivemos atualmente de indefinição no Brasil, o movimento de empresas, principalmente as que vêm de fora e de grupos que acreditam no Brasil e em um empreendimento desse porte, é muito importante. Com relação ao Estado de Sergipe, essa interlocução transparente com Adema é grande trunfo do governo no relacionamento com os investidores. Esperamos receber a licença em breve”.
Com relação à licença ambiental, o diretor presidente da Adema, Francisco Dantas, afirmou que o órgão criou uma força tarefa com seis profissionais para promover rapidez na liberação. “Isso tudo por conta da importância e relevância dessa obra magnífica para Sergipe. Essa é mais uma licença. Outras já foram dadas. Estamos trabalhando para atender as necessidades da licença e a empresa, por outro lado, tem o interesse e compromisso de respeitar o meio ambiente e respeitar toda a legislação ambiental. Como as duas partes estão voltadas para o mesmo objetivo, é tocar para a frente a termoelétrica e garantir a qualidade de vida para o nosso povo”.
A respeito do navio de gás que virá a Sergipe, o presidente da Celse informou ao governador sobre as tratativas e o convidou para participar da cerimônia de batismo do navio na Coreia. “Um marco importante é esse navio do gás que vai vir para Sergipe. Ele foi lançado no mar esta semana e vai ser batizado no final do ano na Coreia. Estamos convidando o senhor governador para a cerimônia. A embarcação está sendo feita antes do cronograma previsto, dezembro de 2018 é a previsão para o navio chegar em Sergipe e janeiro de 2020 é a data para o início de operação. O navio ficará ancorado por, no mínimo, 25 anos aqui. O contrato é de 25 anos com a Golar. Navio tem capacidade de regaseificar até 21 milhões de m³ por dia”.
Jackson também foi convidado a participar da cerimônia de entrega da turbina, que está sendo feita pela GE para a Termoelétrica Porto de Sergipe, que deverá acontecer em 2018. “São dois grandes marcos dessa obra: o início da obra civil e a turbina está sendo feita pelo GE nos EUA. Ela já deve estar entrando na linha de produção e no segundo semestre desse ano ela deve ser entregue, com previsão de chegada no Brasil no início de 2018”, explicou o presidente da Celse.
Celse
A Central Elétrica de Sergipe é uma sociedade de propósito específico criada pela britânica Golar GenPower e pela Eletricidade do Brasil (EBrasil), para construir e operar a UTE Porto de Sergipe. Em 28 de setembro de 2016, houve o lançamento da pedra fundamental para a construção da UTE que integrará o Complexo de Energia Governador Marcelo Déda.
Em 20 de janeiro deste ano, em atendimento à solicitação do Governo de Sergipe, as empresas Celse e General Eletric do Brasil, realizaram o workshop UTE Porto de Sergipe, em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). A iniciativa teve como objetivo dar oportunidade às empresas sergipanas de fazerem parte do projeto, a partir do conhecimento das demandas necessárias à sua edificação.
De acordo com o assessor especial do governo para Políticas de Desenvolvimento, Oliveira Júnior, o Estado tem sempre se reportado à empresa, buscando oportunidades de serviços e possibilidades que se abrem a partir desse empreendimento. “A intenção é que essas oportunidades sejam aproveitadas por empresas sergipanas, para gerar mais renda e crescimento para o estado. Na reunião de hoje, a Celse informou o andamento das obras, pois o governador tem o interesse de manter o acompanhamento constante desta obra, pelo porte do empreendimento e significância para a economia sergipana”, disse.
Já o secretário da Sedetec, José Augusto Pereira, disse que o projeto da usina fortalece Sergipe em diversos ângulos: com relação à disponibilidade de energia, com a garantia de que não haverá ausência no estado, e também com relação ao emprego da capacidade das empresas locais, desde as pequenas até as de grande porte, não só com relação à construção, como fornecimento de todos os bens e serviços necessários para um empreendimento desse porte se instalar e futuramente operar.
“Essa reunião de hoje foi muito interessante. A empresa apresentou o andamento do processo de instalação da usina termoelétrica, o impacto que isso vai trazer para o estado, não só com relação a geração de energia, como também como futura disponibilidade de excedente de gás, a disponibilidade de instalação de novas unidades termoelétricas, já previstas no projeto, e a participação importante das construtoras e demais fornecedoras de bens e serviços de Sergipe nesse projeto. É um projeto de grande porte, que terá impacto muito grande na economia de nosso estado”, pontuou Augusto.
Usina
A Usina Termelétrica Porto de Sergipe I será a maior do gênero na América Latina. Irá receber um total de investimento de cerca de R$ 5 bilhões, um dos maiores já feitos em Sergipe. A previsão é que as obras durem 36 meses, gerando 1.700 empregos diretos e cerca de 2.000 indiretos no período de construção. A Usina está prevista para entrar em plena operação em janeiro de 2020, e terá a capacidade de gerar 1,5 mil megawatts (MGW) de energia elétrica.
Adicionalmente à Usina Termelétrica Porto de Sergipe, um terminal de regaseificação será criado e operado pela Golar na costa de Sergipe, próximo às instalações do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB). A realização desse investimento abrirá grandes oportunidades de investimentos na cadeia produtiva de petróleo, gás e energia em Sergipe, inclusive em razão da oferta de gás natural que poderá ser fornecido a partir desse Terminal de Regaseificação.
Complexo energético
O Complexo de Energia prevê a implantação de mais duas usinas de geração termoelétrica: UTE Marcelo Déda e UTE Laranjeiras. Ao todo, o complexo gerará cerca de 3.000 megawatts de energia, o suficiente para abastecer um território do tamanho de Sergipe. As UTEs Marcelo Déda e Laranjeiras serão ofertadas nos próximos leilões de energia realizados pela Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel) e pela estatal Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE). O complexo funcionará como atrativo para investimento em outros setores de geração de energia renovável.
Presenças
Acompanharam a reunião o vice-governador Belivaldo Chagas; o secretário de Estado de Governo, Benedito Figueiredo; e os diretores presidentes da Sergás, Wellington Paixão, e da Codise, Rosman Pereira.
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