Buscar mecanismos para fomentar a gestão pública de cultura dos Municípios brasileiros tem sido uma das pautas do movimento municipalista. Por isso, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lança hoje (10) um panorama completo sobre a atuação de consórcios públicos intermunicipais na área da Cultura. Municípios sergipanos não possuem consórcios para atuar na área cultural
Entre os dados pesquisados estão: o perfil, a localização e o tipo de atuação dos consórcios no setor cultural.
A fim de entender como esse mecanismo tão utilizado por outros setores poderia contribuir para a promoção do acesso à cultura nos Municípios, a entidade elaborou o estudo técnico, que também foi motivado pela necessidade de conhecer a expressão da atuação dos consórcios na área da Cultura em âmbito nacional, bem como constatar o seu potencial para a gestão municipal de cultura no Brasil e para a futura regulamentação do Sistema Nacional de Cultura (SNC).
Dos 187 consórcios que responderam à pesquisa, 102 (54,5%) declararam que nunca tiveram ou não têm mais previsão no seu protocolo de intenções para atuar na área da Cultura, enquanto os demais 85 (45,5%) afirmaram que têm essa atuação prevista, sendo 1 (0,5%) unifinalitário - somente na área da Cultura - e 84 (44,9%) multifinalitário - na área da Cultura, bem como em outras.
Aos 85 consórcios que indicaram ter previsão para atuar na área da Cultura, encontram-se consorciados 1.419 Municípios, sendo que 898 (63,3%) fazem parte de consórcios que ainda não iniciaram essa atuação, enquanto que os demais, 521 (36,7%), integram consórcios que inauguraram essa atuação. Dos 1.419 Municípios, 34,5% encontram-se na região Sul, 34,5% no Sudeste, 22,6% no Nordeste, 5,6% no Norte e 3,0% no Centro-Oeste.
No que se refere aos Municípios que fazem parte de consórcios que não iniciaram sua atuação na área da Cultura, mas que possuem possibilidade de inaugurá-la por terem essa atuação prevista no seu protocolo de intenções, constatou-se os cinco Estados com maior potencial de capilaridade: Rondônia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Pernambuco. No que diz respeito aos Municípios que fazem parte de consórcios que inauguraram essa atuação, observou-se os cinco Estados que possuem maior capilaridade: Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro.
A CNM constatou que a atuação dos consórcios que a iniciaram vem viabilizando tanto iniciativas-fim - por exemplo, a realização de eventos artístico-culturais -, como iniciativas-meio da gestão pública municipal de cultura - por exemplo, fornecimento de assistência técnica para criação e implementação de sistemas, planos, conselhos e fundos municipais de cultura, bem como para realização de conferências municipais de cultura.
Diante do estudo, a CNM compreende que os consórcios devem ser considerados na futura regulamentação do SNC, visando: incentivar os consórcios que não iniciaram sua atuação na área da Cultura a inaugurarem, bem como os consórcios que a iniciaram, a aprimorarem essa atuação; e, além disso, contribuir para uma maior efetividade dos sistemas municipais de cultura e, consequentemente, dos sistemas estaduais e nacional de cultura.
Além disso, a entidade sugere uma regulamentação do SNC associada a estímulos do governo federal, no que se refere ao oferecimento de auxílio técnico e financeiro para consórcios, voltado ao desenvolvimento da atuação na área da Cultura.
Da Confederação Nacional de Municípios - CNM
Foto: Agência Sergipe de Notícias
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