“Não há nenhuma má vontade com Eliane Aquino”, afirma João Daniel

Nesta entrevista concedia ao BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE o deputado federal João Daniel afirma que o partido ainda discute se apresentará candidatura própria em Aracaju. Mas ele destaca: isso está sendo conversado com o governador e o grupo que o PT integra.


Questionado se as denúncias envolvendo o seu partido estão fazendo pessoas deixarem a sigla, ele afirma que o PT é hoje o segundo maior partido do mundo, e que só no ano passado, em Sergipe, recebeu 1.400 novos filiados.


Daniel ainda diz que Rogério Carvalho é um dos nomes que o partido tem para apresentar em 2018 – mas ressalta que isso ainda não está sendo analisado. Confira abaixo a conversa.


BLOG DO MAX: Na eleição deste ano, em Aracaju, o PT vai marchar realmente unido? Ou o partido está se preservando, para mostrar externamente uma unidade que não existe hoje?
João Daniel - O PT em Aracaju, como em todos os municípios onde tem organização, está debatendo, discutindo e trabalhando a possibilidade de ter candidatura própria ou estar numa aliança do nosso bloco histórico, aquele que foi liderado por Marcelo Déda e hoje por Jackson Barreto. Em Aracaju, o nosso presidente estadual, Rogério Carvalho, juntamente com o presidente municipal, Emanuel Nascimento, e eu também, temos debatido e discutido. E nós temos interesse, pela importância da disputa na nossa capital. Essa construção está se dando debatendo também com o governador Jackson Barreto. Temos interesse em ter uma candidatura do PT, mas é uma questão que está sendo construída.


BM- Esses escândalos nacionais, envolvendo o nome do PT, estão motivando desfiliações em Sergipe? Quantos filiados tem hoje o partido, no estado?
JD - O nosso partido é o segundo maior partido do mundo, só perde para o Partido Comunista Chinês, e o maior da América Latina. Com relação à saída de filiados, no PT, por sua história, sua construção, as pessoas são livres para entrar e também para sair. Mas, mesmo diante de toda essa ofensiva feita contra o nosso partido em nível nacional, o PT continua ampliando muito o número de filiações em Sergipe e no Brasil. Aqui no Estado, só no último ano, foram mais de 1.400 novos filiados.


BM- O deputado Francisco Gualberto fez declarações fortes sobre sua situação no PT. Quando isso será resolvido? Por que Gualberto deixou o grupo de Rogério?
JD - O deputado Francisco Gualberto é um quadro importante do partido e acredito que já está sanado algum problema que houve. E tenho certeza que o Rogério está discutindo com todas as forças, e também com Francisco Gualberto. Alguns problemas internos que houve estão sendo resolvidos e tudo isso faz parte de uma questão que é muito natural dentro do PT de as pessoas criticarem publicamente, discutirem, mas há um entendimento de que nós possamos manter a unidade em torno de projetos maiores, de municípios importantes, de disputas importantes e eu tenho certeza que Francisco Gualberto tem papel importante dentro do partido e já conversou com nosso presidente para aparar qualquer aresta que tenha havido.


BM - Em 2018, como o PT deve se posicionar em Sergipe? Deve apresentar candidato a que? Quem são os nomes do partido para tentar vagas no senado e governo, se o partido definir concorrer a essas vagas?
JD - Em 2018 o nosso partido quer estar debatendo e participando desse grande projeto que foi construído e liderado por Marcelo Déda e hoje por Jackson Barreto. O nosso partido tem nomes, projetos e compromisso com o povo sergipano e tem respeito por todos os aliados. E nós, com certeza, estaremos debatendo a continuidade desse grande projeto comprometido com as causas sociais e a melhoria das condições de vida da nossa população. O partido tem vários nomes, entre eles o do nosso presidente Rogério Carvalho. Porém isso não é pauta nesse momento. Nesse momento estamos debatendo outras questões. Mas o nosso partido, com certeza, vai estar junto com os aliados que elegeram Jackson Barreto, debatendo a continuidade de um grande projeto para Sergipe.


BM - Ainda há uma má vontade de setores do PT com Eliane Aquino? Ela está filiada ao PT? Pode ser uma boa opção para a eleição deste ano?
JD - Não há nenhuma má vontade com Eliane Aquino ou nenhum dos filiados. Não ouço e não vi nenhuma má vontade ao nome dela. Ela está filiada ao PT e pode vir a ser sim uma das opções.


BM - O apoio à uma candidatura do PMDB em Aracaju já está fechado? O partido está discutindo isso?
JD - O partido do nosso campo, liderado por Jackson Barreto, vai debater com todos que queiram discutir e construir coletivamente o projeto que poderá ser ou não liderado pelo PT.


BM- O PT ainda analisa apoiar a pré-candidatura de Valadares Filho?
JD - Não vi nenhuma discussão nesse sentido, de apoiar alguma candidatura. Nesse momento o debate é construir uma candidatura que poderá ser do nosso partido, do PT.


BM - Como o senhor avalia o anúncio do PSD, de apoio ao PSB?
JD - O anúncio desse apoio é uma decisão do PSD. Temos respeito aos partidos e suas decisões, portanto não cabe a mim avaliar essa decisão.


BM - Qual será a pauta mais importante na Câmara, nesse retorno das atividades? O Impeachment da presidente tem chance de ser aprovado?
JD - Nós inclusive falamos, na tribuna da Câmara, no primeiro dia legislativo deste ano, do nosso interesse de debater grandes projetos que discutam os reais problemas do povo brasileiro e as alternativas para projetos importantes que ajudem a vida da nossa população. Acho que essa pauta do impeachment foi e continua sendo dos setores atrasados, dos setores golpistas que não querem respeitar a democracia brasileira e o processo eleitoral, do qual nossa presidenta foi eleita democraticamente. Nós debateremos contrário a qualquer tipo de retrocesso. Não aceitamos que isso seja pauta de discussão. Estamos apresentando propostas e projetos para discutir e para avançar em projetos que gerem emprego, distribuição de renda e que ajudem a continuar o Brasil sendo uma nação livre, justa e soberana, que foi construída nos governos Lula e Dilma e que nós não podemos retroceder e a Câmara tem a obrigação de discutir projetos importantes. Nós não podemos admitir que grupos conservadores, de direita, capitaneiem essa pauta conservadora, liderada por Eduardo Cunha e seus seguidores. Acho e acredito que a sociedade brasileira tem um papel importante. Os movimentos sindicais e sociais têm um papel importante de acompanhar, cobrar e fiscalizar uma pauta positiva para o trabalhador no Brasil.


BM - Quais são os seus planos para 2018? O senhor pensa em tentar uma candidatura majoritária? Está trabalhando pra isso?
JD - Nós nunca tivemos projeto pessoal nenhum. A nossa história faz parte do movimento social organizado, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outros que ajudamos a construir e dedicamos grande parte do nosso mandato, bem como o PT, que tenho 30 anos de filiado. O projeto de 2018 depende do partido e dos movimentos sociais que debaterão, porque o meu projeto é um projeto coletivo. Posso ser ou posso não ser candidato, posso disputar ou não a eleição, depende desse grupo que me elegeu deputado estadual e me elegeu deputado federal. O que teu tenho como projeto é trabalhar esses quatro anos para honrar todos os eleitores que ajudaram a me eleger e honrar também o povo sergipano e brasileiro, a quem devo compromisso e trabalho.


JC - A pré-candidatura de Rômulo Rodrigues é uma opção séria? É uma indicação de um partido ou de um grupo isolado?
JD - Rômulo Rodrigues é um grande companheiro do Partido dos Trabalhadores. Todos os filiados têm direito de querer se candidatar. Atualmente Aracaju está sob a responsabilidade das instâncias partidárias e eu acredito que a candidatura passa por essa discussão, a qual hoje está sendo coordenada pelo nosso presidente Rogério Carvalho, que vem debatendo internamente no partido e também com partidos aliados. Está numa fase de construção.