Poder e Cotidiano em Sergipe
5 de Janeiro 20H:59

O QUE ESPERAR DE 2015?

Oswaldo Vilela - Publicitário e Jornalista

2015 começa cheio de novidades e fatos no cenário político nacional e local. A destacar, o discurso da presidente Dilma em sua posse para o seu segundo mandato e a composição do secretariado do Governo Jackson Barreto.
No discurso da presidente Dilma Rousseff, vários recados e encaminhamentos.

O reconhecimento dos avanços sociais propostos pelo modelo de governo popular, a colocação firme de dar continuidade às conquistas sociais para quem mais precisa do amparo do Governo, o reconhecimento do apoio popular e da militância dos partidos de esquerda decisivos para sua vitória, a noção do papel do Brasil no cenário político latino americano e mundial e da necessidade mais que urgente da reforma política são alguns dos principais pontos abordados em seu discurso. Nele, a presidente Dilma sinaliza claramente e de maneira inequívoca a linha, o tom e o caminho por onde pretende conduzir o seu segundo mandato.


Desta forma, se faz necessário que a militância petista e os simpatizantes em geral do Governo Dilma iniciem 2015 com uma boa reflexão, seguido de vários debates acerca do seu papel neste cenário que se apresenta e das diferenças nos conceitos do que é Governo e do que é Partido. Desde2003, houve, e é fato, uma deteriorização da construção de um projeto de partido em detrimento de um projeto de poder, visível e sentido por quem vive o dia a dia do Partido dos Trabalhadores, seja em nível nacional, seja em nível estadual. Partido e Governo precisam estar fortes e unidos, respeitando suas independências e posições. As consequências da confusão dos papéis dos dois está colocada para avaliação a muito tempo, aguardando pela leitura honesta e racional de seus devidos responsáveis, sob pena de assistirmos o contínuo enfraquecimento de um e de outro. Essas e outras reflexões devem, acredito, permear as rodas de conversa, as mesas de bar, e os bate-papos nos grupos de whattsapp da militância. Dentre as outras reflexões, destaco o papel da militância virtual na defesa dos governos progressistas e no combate às ações de uma mídia conservadora, reacionária e muito bem articulada. As redes sociais já provaram sua importância decisiva na disputa ideológica que está posta.


Para além disso, cabe ao Partido dos trabalhadores uma ampla e profunda inflexão. Chamar sua militância de base, movimentos sociais, sindicais e populares ao debate, ouvir muito e falar pouco, beber da sabedoria popular, do conhecimento de quem trava a luta cotidiana nas ruas. Buscar as respostas dos seus erros e equívocos e fazer as devidas correções de rumo. É o mínimo que se espera depois de tudo o que se viu na disputa eleitoral de 2014.


Trazendo a observação para o contexto local, 2015 inicia-se com o anúncio parcial dos nomes que comporão o primeiro escalão do Governo Jackson Barreto. O governador eleito sabe - e já reafirmou diversas vezes - da sua responsabilidade em seguir com os projetos e as propostas progressistas iniciadas no Governo Marcelo Déda, contudo, Jackson deve imprimir seu estilo, e ao imprimi-lo, marcar as diferenças de condução e visão político-administrativa que possui em relação ao seu antecessor. Essas diferenças devem ser encaradas com naturalidade e tranquilidade pelos partidos aliados, principalmente o PT. Da mesma forma, Jackson demonstra compreender e respeitar as diferenças e o momento pelo qual atravessa o PT em Sergipe. Sabe que não cabe interferir ou tomar lado. E, demonstrando respeito à institucionalidade como todo político democrata, dialoga com quem de direito, o presidente do partido.


Neste tocante, vale ressaltar uma faceta do jogo político praticado via imprensa. Sem novidades significativas para apresentar, a oposição vive de especular ações, falas e pensamentos das figuras políticas ligadas ao bloco governista, na esperança de enfraquecer relações e criar brechas. Contudo, Jackson e os políticos que comandam os partidos aliados parecem estar vacinados contra este tipo de jogada, e seguros dos caminhos a serem construídos.


Assim, cabe a todos nós, que acompanhamos o cotidiano político nacional e local, manter o olhar atento e fazer a análise da conjuntura política sem paixões, observando as movimentações, mantendo a construção política e a articulação na base, torcendo para que 2015 nos traga boas e positivas surpresas e alegrias.

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