O que nos espera no pós-pandemia?

*Alexandre Porto

Uma coisa é certa, a pandemia passará! Hoje os esforços estão concentrados em medidas de contenção da propagação do vírus, no tratamento dos contaminados e na busca acelerada da vacina para proteger a população. Atualmente exsitem mais de 10 pesquisas de vacinas ao redor do Mundo e algumas delas já em fase avançada de testes em humanos. A expectativa otimista é de que no primeiro trimestre 2021 já tenhamos o início da vacinação de maneira Global.

Mas, o que acontecerá depois, no pós pandemia? Quais os hábitos que permanecerão? Quais os costumes que mudaremos? Como estará a economia global? O que acontecerá com os empregos atuais? As profissões mudarão? E as empresas, duramente atingidas pela pandemia, sobreviverão? Quais serão as tendências de negócios? Como os empreendedores poderão se reinventar? E como se reinventar? Qual será o novo normal? Quais serão as novas oportunidades de negócios?

Poderia passar horas escrevendo questionamentos que passam e continuarão a passar na mente das pessoas, especialmente aqueles que estão se sentindo inseguros com o futuro e apreensivos com o pós pandemia.

É fato que todo momento de crise global (e essa pandemia é uma crise das mais severas, pois tem impactos na saúde e nos hábitos das pessoas, como também na economia) provoca transformações, seja antecipando-as ou trazendo uma completa mudança nos paradigmas. E essa transformação provoca insegurança e ansiedade nas pessoas afetadas, trazendo um mar de incertezas quanto ao futuro.

Trazendo para realidade brasileira temo que as dificuldades econômicas que ainda enfrentremos trarão o fechamento de muitas empresas, algumas, por já estarem vivendo situação financeira instável, provocada pela recessão recente que enfrentamos e outras por terem inviabilizados seus negócios por completo e por um tempo extenso demais, como deverá ser o caso dos setores de turismo e eventos.

Para enfrentar o que ainda viveremos nos próximos 2 anos, será preciso, em primeiro lugar, muita coragem para desafiar as incertezas e continuar, de cabeça erguida, empreendendo em um País que pouco apoia os empreendedores. E falando em Sergipe, aí é que podemos afirmar que esse apoio é quase nenhum. A ausência de políticas públicas eficientes de estímulo e de desenvolvimento em nosso estado tem provocado sofrimento nos empreendedores e poderá ocasionar consequências ainda mais trágicas no pós pandemia.

Reinventar e diversificar serão indispensáveis aos pequenos negócios no novo normal da pós pandemia. No futuro, bem próximo, atividades comerciais que ofereçam produtos e serviços essenciais terão uma importância ainda maior, enquanto os supérfulos perderão mais espaço. Os novos hábitos provocarão em uma parcela da população o desejo de circular menos nas ruas e curtir mais o aconchego da sua casa, afinal, se podemos ter quase tudo comprado por delivery, trabalhar home office, nos reunir por video conferência, então a nossa necessidade de deslocamento será afetada. Com isso, o comércio tradicional terá um esforço muito maior para levar o consumidor aos shoppings, aos centros comerciais e as galerias. Se iremos nos deslocar menos, porque ter mais de um carro? porque ter tantas opções de roupas e sapatos?

Esses novos hábitos provocarão uma mudança radical no consumo, seja através da forma de comprar e vender, que se intensificará pelos meios virtuais e com a expansão da tecnologia de realidade aumentada, seja pela necessidade novos produtos e serviços que venham a suprir novos hábitos de consumo e novos costumes.

Setores como os de habitação, passarão por grandes transformações, desde a readequação de espaços no ambiente residencial, até a implantação de escritórios compartilhados nos condomínios. O setor de móveis e de decoração também entrará nessa nova dinâmica, como também serviços especializados de limpeza e higienização domiciliar.

Muitas empresas, descobriram nessa pandemia que podem manter seus negócios com estruturas bem menores, que podem usar mais a tecnologia a seu favor e com isso reduzir custos. Portanto, se tecnologia já era um setor com tendência de crescimento, agora se torna ainda mais promissor.

Serviços como compartilhamentos de carros, motos e bicicletas, sofrerão um crescimento exponencial. O serviço de entregas por delivery ou “pegue e leve” (mais conhecidos como “drive thru” ou “take way”) passarão por modernização e maior profissionalização oferecendo mais conforto e agilidade ao cliente.

Sem sombra de dúvidas passaremos por muitas transformações nos próximos anos e muitas empresas que existem hoje, sucumbirão. Em compensação, surgirão outros negócios em mercados bem mais prósperos. E você, caro leitor, onde estará nesse cenário? Buscará se reinventar e acompanhar a evolução acelerada provocada pela pandemia ou ficará fazendo o seu “arroz com feijão”do dia a dia, achando que o que já deu certo um dia continuará a dar pra sempre?

*Empresário e Ex presidente da ACESE