Poder e Cotidiano em Sergipe
10 de Outubro 7H:45

“Parte da equipe de JB é sonolenta e desarticulada”, diz Fábio Reis

Aliado do governador Jackson Barreto, nesta entrevista ao BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE o deputado federal Fábio Reis (PMDB) faz graves críticas ao secretariado escolhido por JB.

 

Segundo Reis, parte da equipe é sonolenta, velha, desarticulada e tem sido a grande vilã do governo. O deputado avalia que Jackson não pode mais apostar que esta equipe ajude o estado a sair da crise.

 

Ele também fala sobre a conjuntura federal e se mostra esperançoso em relação ao governo Temer e às reformas que, segundo ele, podem gerar a retomada do crescimento, da economia e da geração.

 

 

BLOG DO MAX - Como estão a conjuntura política nacional e os bastidores em Brasília? As coisas já se acalmaram ou ainda teremos muita turbulência pela frente?

Fábio Reis - O País vive uma crise econômica profunda, o desemprego está com dois dígitos, há queda da receita nas três esferas, municipal, estadual e federal. O País está sem capacidade de investimentos públicos. Esta conjuntura econômica é a herança que o Governo do PMDB recebeu e que nosso presidente Temer está tentando consertar. Existe uma agenda do governo para reequilibrar as contas publicas, controlar a inflação, melhorar os serviços públicos e preparar o país para uma nova fase de crescimento e estabilidade. Aqui na Câmara dos Deputados o clima é bem melhor, mais pacificado, mas existem ainda problemas pontuais que a equipe política do governo precisa melhorar e mudar para que isso não cause problemas mais sérios mais adiante.

BM- Temer tem uma base fiel no Congresso? Conseguirá votar as reformas e pautas que vem apresentando?
FR -
O presidente Temer tem sido eficiente na costura com a base aliada, com o grupo de partidos que compõe a base aliada. Existem problemas pontuais que precisam ser rapidamente corrigidos, alguns colegas reclamam ainda de lentidão e falta de atenção nos setores da articulação política. Esta é a área mais sensível nesta relação com o governo que precisa ser melhorada. O presidente tem todas as condições de aprovar as reformas que o país precisa com o apoio do Congresso Nacional.

 

BM - A Câmara votou essa semana projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras participar da exploração no Pré-sal? Isso enfraquece a empresa?
FR -
O País perdeu sua capacidade de investimentos, nós precisamos de ajuda externa para investir em infraestrutura para retomarmos o crescimento, e essa é uma área que gera muito emprego e divisas para o país. Com essa medida a Petrobras vai desafogar a sua capacidade de investimento e vai continuar atuando sólida e eficaz em nosso país. Toda concorrência que não seja desleal é positiva, não é interessante que uma empresa como a Petrobras fique numa zona de conforto. Tenho certeza que esta medida encaminhada pelo nosso presidente Temer e apoiada pela Câmara, vai ajudar o pais a retomar o crescimento mais rápido.

 

BM- Vem gerando polêmica também a proposta que limita os gastos públicos por vinte anos. O senhor é favorável a ela? Isso vai inviabilizar aumento nos investimentos em Educação e Saúde, por exemplo?
FR -
Este é um assunto complexo e que ainda não existe consenso na casa. Eu pessoalmente ainda tenho dúvidas… O país precisa cortar gastos, mas isso não pode ser uma medida para gerar falta de investimentos em Saúde e Educação ou para gerar congelamento salarial. Vamos analisar com mais profundidade este projeto e votaremos de acordo com a consciência tranquila que precisamos do ajuste, mas sem que isso traga mais prejuízo para a população


BM- Quais são as pautas mais polêmicas que o atual governo enviará para a Câmara ainda este ano? Temer conseguirá aprová-las?

FR - Acredito que seja reforma da previdência e trabalhista. Será uma batalha árdua.

 

BM- Como fica Sergipe frente a este novo cenário no governo federal? O estado está conseguindo recursos?
FR –
O Governo Federal está com torneiras fechadas, fazendo ajustes e com queda na arrecadação. Os recursos são minguados para todos os estados…

BM- O Nordeste foi negligenciado por Michel Temer, ao garantir renegociação de dívidas apenas aos estados mais ricos?

FR - Acho que esse foi um dos poucos erros que nosso governo cometeu. A equipe econômica tem errado em tratar com mais atenção os grandes e deixando em segundo plano o Nordeste. O presidente temer já foi alertado e já está tentando corrigir esse problema.

 

BM- E o governo do Estado, como está? Há perspectivas de melhoras nas finanças?

FR – O Governo do estado tem um governador que acorda ás 05:00 da manhã, e dorme 02:00 da madrugada trabalhando, enquanto uma parte do secretariado dorme às 21:00 hs e acorda ao meio dia… Parte da equipe é sonolenta, velha, desarticulada, e tem sido a grande vilã do governo. O meu amigo e governador JB não pode mais apostar que esta equipe ajude ao estado a sair da crise. Não adianta ele cobrar todos os dias mais criatividade, empenho e soluções de uma equipe que em dois anos não deu resultado esperado por ele.

BM- O governo tem conseguido levar obras e ações à sua região?
FR -
O governo conseguiu levar uma obra muito grande e muito importante que foi a rede de esgoto e abastecimento de água. Estão sendo investidos mais de R$ 150 milhões neste projeto. Além de outras obras que estão em andamento.

BM- Jackson está conseguindo manter a sua base unida? Houve problemas após as eleições municipais?
FR -
Esse será o maior desafio do governador depois das eleições municipais. Há insatisfações e defecções localizadas. Mas o governo tem condições de dialogar e estancar este problema.

BM- Como o senhor avalia o secretariado do governo?
FR -
Este é um assunto que como amigo e aliado não podemos deixar de alertar. Tirando algumas exceções, o governo precisa cortar o mal pela raiz, há secretario sem iniciativa, sem criatividade, que só leva problemas e fofocas, outros não estão nem aí para administração, tratam prefeito, deputado aliado com desprezo e desatenção, não defende o governo. Isso reflete no cenário atual de desgaste do governo e da base aliada. É inconcebível que um quadro como Almeida Lima esteja sendo subutilizado na Adema. Se o governador tivesse colocado Almeida na área Econômica ou Administrativa do Governo desde o início, tenho convicção que o quadro econômico do estado seria outro. Quem nomeia ou demite secretario é o governador, cabe a ele unicamente decidir sobre esse assunto, fazer ou não mudanças. Sou aliado que digo o que penso, não falo para agradar, tenho que mostrar, falar para ele o que todos sabem, o que se passa fora dos muros do palácio, o que o governo não ouve, pois se isola e ouve apenas o que querem que ele saiba. Assim, não consegue fazer aquilo que é necessário para seu povo. JB tem um compromisso histórico com nosso estado, quer fazer mais e melhor, sei da sua garra e força de trabalho, mas governar sozinho ou com esta equipe que esta aí, salvo algumas exceções, vai trazer um prejuízo político e administrativo para seu governo e para o estado.

BM- O governo está fazendo tudo o que pode para melhorar as finanças e pagar os servidores em dia?
FR -
O governador eu não tenho dúvidas, mas se você perguntar a 10 pessoas no estado sobre a capacidade da equipe, 11 dirão que o prazo de validade venceu há mais de 1 ano. Os resultados falam por si...

BM - O que representou o fato de Jerônimo Reis não conseguir se eleger em Lagarto? O senhor acredita que Valmir será cassado?
FR -
Esse resultado representa um sentimento da conjuntura política atual, queda de receitas nos municípios e vontade de mudança expressado pela população nas urnas. Isso não quer dizer que a população logo logo não esteja arrependida, uma boa parte se elegeu prometendo aquilo que não vai poder entregar, e aí vem o arrependimento e a decepção. Eu pessoalmente torço para que Valmir assuma o mandato e que a população de Lagarto volte a lembrar como foi a Administração dele há quatro anos atrás. Tomara que faça diferente e ajude a cidade a continuar crescendo.

 

BM- O que achou da performance do PMDB nas eleições municipais?
FR -
Poderia ter sido melhor...

BM- Seu grupo político, como ficou após as eleições?
FR -
Nosso grupo continua o mesmo, perdemos em algumas cidades importantes, mas ganhamos em outras. No geral mantivemos a mesma quantidade.

 

 

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