Dados recentemente divulgados pelo IBGE evidenciam que, entre 2020 e 2021, a economia do Brasil seguiu seu processo de descentralização, com destaque para o município de Aracaju.
Os cinco municípios que mais avançaram na participação do Produto Interno Bruto (PIB) foram Maricá (RJ), com um crescimento de 0,5 ponto percentual; Saquarema (RJ), com 0,3 ponto percentual; Niterói (RJ), com 0,2 ponto percentual; São Sebastião (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ), ambos com 0,1 ponto percentual. Na lista dos 25 municípios mais relevantes no PIB, observa-se a entrada de Maricá (RJ) e Itajaí (SC), enquanto Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG) deixam a lista.
Em contrapartida, as quedas mais acentuadas foram registradas em São Paulo (SP), com uma redução de 0,6 ponto percentual; Rio de Janeiro (RJ), -0,4 ponto percentual; Brasília (DF), -0,3 ponto percentual; Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), ambos com -0,1 ponto percentual.
Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE, destaca que os resultados refletem a recuperação econômica das capitais e outras regiões com maior participação no PIB, as quais foram severamente impactadas pela pandemia de COVID-19, especialmente devido à predominância de serviços presenciais. Apesar do crescimento nominal em 2021, esses municípios ainda não recuperaram totalmente sua participação prévia à pandemia, conforme salienta o analista.
Em 2021, 11 municípios responderam por aproximadamente 25% do PIB nacional, abrigando 16,6% da população brasileira. No entanto, as 87 cidades com os maiores PIBs representaram cerca de 50% do PIB total e abarcaram 36,7% da população do país. Essa realidade contrasta com a situação de 2002, quando apenas quatro municípios juntos correspondiam a cerca de 1/4 da economia nacional.
Os municípios que detiveram cerca de 1/4 do PIB em 2021 foram: São Paulo (SP) com 9,2%; Rio de Janeiro (RJ) com 4,0%; Brasília (DF) com 3,2%; Belo Horizonte (MG) com 1,2%; Manaus (AM) com 1,1%; Curitiba (PR) com 1,1%; Osasco (SP) com 1,0%; Maricá (RJ) com 1,0%; Porto Alegre (RS) com 0,9%; Guarulhos (SP) com 0,9% e Fortaleza (CE) com 0,8%.
Ao analisar o período de 2002 a 2021, destaca-se a ascensão de Manaus (AM) da sétima para a quinta posição, Curitiba (PR) da quinta para a sexta, Osasco (SP) da 16ª para a sétima, Maricá (RJ) da 354ª para a oitava, Porto Alegre (RS) da sexta para a nona, Guarulhos (SP) da 14ª para a décima e Fortaleza (CE) da 12ª para a 11ª.
A desconcentração econômica que se intensificou em 2020 manteve-se em 2021, com os dois maiores centros urbanos do Brasil somando 23,2% de participação no PIB, comparado a 23,6% em 2020. São Paulo/SP passou a representar 15,4% do PIB brasileiro, registrando uma queda significativa de 16,2% em 2020. Por outro lado, o Rio de Janeiro/RJ aumentou sua participação, passando de 7,4% para 7,8% do PIB brasileiro em 2021. Nesse contexto, 132 das 185 concentrações urbanas no país perderam participação no PIB nacional, indicando uma tendência contínua de desconcentração, especialmente nas grandes concentrações urbanas.
No que diz respeito ao PIB per capita, os três municípios com os maiores valores em 2021 foram Catas Altas (MG) com R$ 920.833,97, Canaã dos Carajás (PA) com R$ 894.806,28 e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) com R$ 684.168,71. A predominância de indústrias extrativas nessas regiões contribuiu para esses valores. Em contrapartida, alguns municípios maranhenses apresentaram os menores PIBs per capita em 2021, sendo Santana do Maranhão (MA) com R$ 5.407,66, Primeira Cruz (MA) com R$ 5.732,25 e Matões do Norte (MA) com R$ 5.737,04, onde a Administração pública era a atividade econômica predominante.
Os centros urbanos do Centro-Sul destacaram-se com PIB per capita superior à média brasileira em 2021, enquanto algumas regiões combinando atividades agropecuárias significativas e baixa densidade populacional também registraram valores elevados. Notavelmente, Campinas/SP liderou entre as grandes concentrações urbanas, seguida por Brasília/DF, São Paulo/SP, Sorocaba/SP e São José dos Campos/SP.
O estudo destaca uma mudança nas maiores concentrações urbanas em relação a 2002, indicando uma redução relativa das maiores razões do PIB per capita em direção à média nacional. Em 2002, 13 grandes concentrações urbanas apresentavam PIB per capita superior à média nacional, enquanto em 2021, esse número foi de 14, com a inclusão de Cuiabá/MT.
O texto também ressalta que algumas concentrações urbanas no Nordeste e Norte, que já possuíam razões do PIB per capita inferiores à média nacional em 2002, afastaram-se ainda mais da média ao longo do tempo, destacando Aracaju/SE, Natal/RN, Salvador/BA, Goiânia/GO e Belém/PA.
Com informações de IBGE
Leia o estudo na íntegra aqui.
Foto: Ana Lícia Menezes/PMA
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