Sem contar com abastecimento adequado de água, a população de menor poder aquisitivo da Zona de Expansão de Aracaju opta por construir poços rasos em suas residências. Sem tratamento, essa água obtida é muitas vezes a única alternativa e acaba sendo utilizada para o consumo doméstico – representando uma grave ameaça à saúde dos moradores daquela região.
Isso porque um estudo apontou que durante o período chuvoso essa água retirada de poços rasos apresentou contaminação por coliformes, bactérias heterotróficas, Staphylococcus aureos e bactérias sulfitos redutoras. Já no período da seca, a maioria das amostras não apresentou contagem bacteriológica.
A existência de fossas e o descarte de lixo a céu aberto podem explicar a contaminação.
“O local assenta-se sobre um raso lençol freático e um solo de areias litorâneas que favorece a perfuração de poços rasos, até 20 m de profundidade. Este fato, associado à deposição inadequada de lixos, de esgotos a céu aberto, à construção de fossas sépticas e às condições sociais e culturais dos moradores nativos tem como consequência a contaminação das águas subterrâneas por microrganismos patogênicos”, registrou o estudo.
O artigo “Avaliação da água e o risco à saúde na Zona de Expansão de Aracaju – SE” foi conduzido pela pesquisadora Ana Célia Goes Melo Soares, que realizou análises microbiológicas em água coletada nos poços da região, com o objetivo de avaliar a sua qualidade e os cenários dos riscos à saúde.
As coletas foram realizadas no período de dezembro de 2015 a agosto de 2017, de acordo com a metodologia estabelecida pelo Standand Methods for the Examination of Water & Wastewater, 21ª ed. O trabalho foi publicado este mês na revista Ambiente e Sociedade.
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