Poder e Cotidiano em Sergipe
10 de Dezembro 1H:12

Preço da Cesta Básica em Aracaju aumentou

Em novembro, houve aumento dos preços do conjunto de bens alimentícios essenciais em 12 das 18 cidades onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. As maiores altas foram registradas em Brasília (5,86%), Aracaju (3,82%), Goiânia (2,90%) e Campo Grande (2,52%). As reduções ocorreram no Rio de Janeiro (-3,03%), Natal (-2,39%), Recife (-2,29%), Florianópolis (-1,86%), Salvador (-0,81%) e João Pessoa (-0,56%).

São Paulo foi a cidade onde foi apurado o maior valor para os produtos essenciais (R$ 347,96). O segundo maior custo foi observado em Florianópolis (R$ 346,61), seguido por Porto Alegre (R$ 342,62). Os menores valores médios para o conjunto de gêneros básicos foram verificados em Aracaju (R$ 241,72), Salvador (R$ 255,72) e Natal (R$ 258,93).


Com base no custo apurado para a cesta mais cara, a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em novembro deste ano, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.923,22, ou 4,04 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724,00. Em outubro, o mínimo necessário era maior, de R$ 2.967,07, ou seja, 4,10 vezes o piso vigente. Em novembro de 2013, era menor e correspondia a R$ 2.761,58, ou 4,07 vezes o mínimo da época (R$ 678,00).


Variações acumuladas
No acumulado de janeiro a novembro de 2014, 14 cidades apresentaram alta no valor da cesta básica. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (11,50%), Brasília (10,81%), Florianópolis (8,54%) e Goiânia (7,69%). As reduções foram verificadas em Natal (-5,28%), Salvador (-3,55%), Belo Horizonte (-0,86%) e Recife (-0,09%).


Em 12 meses, entre dezembro de 2013 e novembro último, 15 cidades tiveram variações positivas, com destaque para Florianópolis (17,07%), Goiânia (16,25%), Brasília (12,12%) e Aracaju (10,52%). As reduções aconteceram em Natal (-4,78%), Salvador (-1,62%) e Belo Horizonte (-0,41%).


Cesta x salário mínimo
Em novembro, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar, na média das 18 capitais pesquisadas, jornada de 91 horas e 44 minutos, cerca de 40 minutos a mais do que a registrada em outubro, 91 horas e 05 minutos. Em novembro de 2013, a jornada comprometida era maior, já que naquele mês foram necessárias 93 horas e 25 minutos.


Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 45,32% dos vencimentos para comprar os mesmos produtos que em outubro demandavam 45,00%. Em novembro de 2013, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta era maior e equivalia a 46,16%.


Comportamento dos preços [1]
Em novembro, os produtos com maior frequência de aumento nas capitais pesquisadas foram batata (pesquisada nas Regiões Centro-Sul), carne, pão e arroz. Já as farinhas (trigo e mandioca), leite, feijão e manteiga tiveram o valor reduzido na maioria das localidades.


A batata apresentou taxas elevadas de aumento em todas as cidades do Centro-Sul, onde é pesquisada. As altas variaram entre 29,69% em São Paulo e 82,68%, em Brasília. Em 12 meses, o produto acumula queda em cinco cidades, com reduções entre -26,44% em Belo Horizonte e -2,65% no Rio de Janeiro. As altas foram verificadas em Florianópolis (4,85%), Curitiba (5,41%), Vitória (5,49%), Brasília (14,85%) e Goiânia (25,95%). As regiões que cultivam a safra de inverno estão finalizando as atividades do campo e a menor oferta teve impacto no preço do varejo. Além disso, a estiagem prolongada no Sudeste vai atrasar o plantio da safra das águas.


A carne bovina, ainda em entressafra, período de crescimento do bezerro, apresenta oferta restrita de animais para o abate. O preço aumentou em 12 cidades. As maiores elevações foram registradas em Brasília (4,66%), Vitória (4,65%), Belém (4,23%) e Campo Grande (3,34%). As reduções aconteceram em Belo Horizonte (-1,68%), Rio de Janeiro (-1,43%), Recife (-1,24%), Florianópolis (-0,14%) e Goiânia e Natal (ambas com -0,06%). Em 12 meses, todas as cidades acumularam alta, que variaram entre 5,76% (Belo Horizonte) e 31,28% (Florianópolis).


O preço do pão francês mostrou elevação em 12 cidades, com destaque para as taxas de Aracaju (8,42%) e Campo Grande (3,69%). Em João Pessoa, o preço médio não variou e houve queda em cinco capitais, sendo mais expressiva em Natal (-1,41%), Goiânia (-1,35%) e Brasília (-1,25%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram aumento no preço, que variaram entre 2,23% (Brasília) e 22,57% (Aracaju). Mesmo com a retração verificada nos preços da farinha para panificação nos últimos meses, o preço do pão francês segue em alta, refletindo elevações de outros custos.


O preço do arroz subiu em 11 cidades, com variações entre 0,40% (Belém) e 9,05% (Aracaju). Foi registrada estabilidade em São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia e diminuição em Recife (-4,79%), Vitória (-2,34%), Rio de Janeiro (-1,24%) e Brasília (-1,16%). Em 12 meses, todas as cidades registraram alta; exceto Belém (-4,24%). As elevações oscilaram entre 0,82% (em Belo Horizonte) e 27,65% (em Aracaju).  A retração de oferta se deve à expectativa de alta no preço do grão, o que fez com que os vendedores segurassem o produto colhido. As chuvas frequentes atrasaram a semeadura da safra 2014/2015, o que reforça a valorização do arroz.


A farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, apresentou diminuição de valor em todas as cidades, exceto Aracaju (3,33%). As maiores quedas foram verificadas em Recife (-7,90%) e Natal (-6,79%). Em 12 meses, todas as localidades tiveram redução, entre -38,07%, em Manaus e -1,23% em Aracaju. Apesar da baixa oferta da raiz devido as chuvas, as indústrias possuem estoques altos de fécula, o que explica o baixo preço da farinha.


Também a farinha de trigo mostrou redução de valor em todas as cidades do Centro-Sul em que é pesquisada, com exceção de Brasília (1,08%). Goiânia e Curitiba tiveram as maiores quedas: -3,39% e -3,37%, respectivamente. Em 12 meses, cinco capitais apresentaram acréscimo no valor, com destaque para Florianópolis (23,80%) e Goiânia (8,08%). Vitória (-6,40%), Curitiba (-4,55%), Rio de Janeiro (-2,40%), Porto Alegre (-2,06%) e Campo Grande (-1,02%) tiveram redução. Menor demanda de farinha trigo e maior oferta de trigo estão reduzindo o preço do bem.


O preço do leite caiu em 14 cidades, devido ao período de safra. As maiores retrações ocorreram em Natal (-5,72%), Rio de Janeiro (-5,46%), Brasília (-5,45%) e Florianópolis (-5,38%). Os aumentos foram registrados em Aracaju (4,00%), Recife (2,88%), Belém (1,88%) e Fortaleza (0,35%). Em seis cidades, os preços acumularam alta em 12 meses: Aracaju (7,22%), Florianópolis (6,96%), Manaus (3,07%), Vitória (1,29%), Belo Horizonte (1,18%) e Goiânia (1,07%). Nas demais, as taxas foram negativas, com destaque para Natal (-7,94%) e Porto Alegre (-7,52%).


Houve redução nos preços do feijão – preto, carioquinha e rajado/cavalo (pesquisado em Belém) – em 11 cidades no mês de novembro. O tipo preto (pesquisado nas cidades do Sul, no Rio de Janeiro, Vitória e Brasília) registrou queda em todas as cidades, exceto em Florianópolis (1,09%). Em Curitiba, o preço do grão não variou. Destacam-se as taxas negativas registradas no Rio de Janeiro (-3,76%), Vitória (-3,07%) e Porto Alegre (-2,44). Já o feijão carioquinha (pesquisado no Norte[2], Nordeste, em Campo Grande, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte) também registrou recuo nos preços em todas as capitais do Nordeste, exceto João Pessoa (2,12%), com taxas que variaram entre -6,22% (Aracaju) e -1,33% (Fortaleza). No Centro-Oeste e Sudeste, houve elevação: São Paulo (4,23%), Campo Grande (3,89%), Belo Horizonte (2,78%) e Goiânia (1,20%). Em 12 meses, nas capitais onde é pesquisado o feijão preto, houve elevação no valor apenas em Florianópolis (6,60%) e retração nas demais cidades, com taxas entre -15,73%, em Vitória, e -5,33%, em Brasília. Para o feijão carioquinha, nos 12 meses, verificou-se retração em todas as localidades, com taxas oscilando entre -39,69% (Campo Grande) e  -12,50% (Goiânia).  A existência ainda, de altos estoques do grão, resultou em novas retrações do preço no varejo.


Em novembro, o preço da manteiga diminuiu em 13 cidades, com taxas que oscilaram entre -15,23% em Recife e -0,08% em Vitória. As altas foram registradas em Florianópolis (0,48%), Aracaju (0,76%), Fortaleza (0,87%), Campo Grande (1,10%) e Curitiba (1,76%). Em 12 meses, a manteiga acumulou alta em 11 cidades, com destaque para Florianópolis (11,68%), Goiânia (9,02%) e Curitiba (5,56%). As reduções mais expressivas ocorreram em Campo Grande (-18,33%) e Vitória (-12,98%). O período de safra e a maior oferta de leite reduziram o valor da principal matéria-prima da manteiga, tendo impacto  no preço ao consumidor.

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