Poder e Cotidiano em Sergipe
13 de Abril 1H:00

ROBSON VIANA: “Defendo uma candidatura do PMDB em Aracaju”

Para o deputado estadual Robson Viana (PMDB), a disputa pela Prefeitura de Aracaju só deverá entrar em pauta pra valer, após o carnaval do próximo ano. Até lá, será possível avaliar as administrações de Jackson Barreto no governo do Estado e de João Alves Filho, em Aracaju, durante esse período de crise.


Nesta entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE ele defendeu uma candidatura do PMDB, e avaliou que seu grupo não pode perder tempo, como em 2012, quando a definição por um nome demorou.


Robson Viana fala ainda que trabalha para ser um elo entre o governo de Aracaju e do Estado, e avalia que uma sintonia entre os dois é fundamental para Aracaju. Ele também não vê problema algum em alianças com o DEM. Confira a seguir.
 
BLOG DO MAX - Como você avalia a gestão do prefeito João Alves Filho em Aracaju?
Robson Viana – Participei dois anos deste mandato, como vereador, e acompanhei atentamente todas as ações do prefeito de Aracaju. Eu avalio que em dois anos não há como mostrar muita coisa. O primeiro ano é sempre para arrumar a casa, e mais um ano para você tentar que a máquina comece a funcionar. Tenho visto que o prefeito de Aracaju não tem medido esforços para melhorar o governo. Mas há avanços na Saúde, por exemplo.
 

BM – Em quais setores o senhor constata esses avanços?
RV – Em conversa com a população, ouvíamos muita reclamação, na questão da saúde. Veja que durante o carnaval as UPAs de Aracaju funcionaram e realizaram atendimentos, por isso a demanda do HUSE foi muito menor do que o esperado. O hospital estava preparado para atender a três mil pessoas e só atendeu a mil. Houve melhoria na Educação, no Ideb, que estava lá embaixo e já avançou, graças ao trabalho da secretária Márcia Valéria. Houve melhorias na merenda escolar. A gente ouvia muita reclamação nessa área da Educação. No transporte coletivo houve avanços, com a chegada de uma empresa nova e colocação de ônibus novos. O prefeito tem andado bastante nos bairros e tem feito a pavimentação das ruas. Ele conseguiu avançar nessas questões pessoais, mas é preciso que melhore mais, e a população tem cobrado. Ele tem visitado os bairros, as obras. Por isso vejo uma boa vontade e vejo perspectivas boas para o prefeito de Aracaju, este ano. Torço por ele, que foi o administrado escolhido pelo povo. Ele tem colocado que várias obras serão lançadas.
 

BM – Tem existido uma parceria entre o governo do Estado e a Prefeitura de Aracaju, no campo administrativo?
RV – Sim. O prefeito está trabalhando a implantação do BRT e tenho feito esse elo entre as duas administrações, porque a obra precisa da participação do governo. Na próxima semana teremos uma reunião entre governo e prefeitura, que estou intermediando, para discutir o BRT. A avenida perimetral, que vai cortar 28 bairros de Aracaju, é outra obra que está sendo discutida. Desde que João Alves se elegeu, tenho feito essa interlocução da prefeitura com o governo do estado. Acho de grande importância essa sintonia do prefeito com o governador. A obra do Santa Maria, por exemplo, que vem se arrastando há mais de sete anos, e na época era prefeito e governo do mesmo lado, mas não tinha uma sintonia. Quando fizemos uma reunião, governo e prefeitura, cada um assumiu a sua responsabilidade e a obra andou. Visitei o local há vinte dias e vi a obra. A drenagem, que é a parte da Deso, está concluída. Depois a Prefeitura entra com a pavimentação asfáltica. Estou falando isso porque quando Gama foi prefeito, ele fez toda a pavimentação asfáltica do conjunto Padre Pedro, e depois tudo foi quebrado para fazer a drenagem, porque na época, governo e prefeitura não se entendiam. Por isso venho lutando por essa parceria administrativa. A questão política, a gente pensa em 2016. 
 

BM - Você também defende que esta parceria administrativa seja estendida ao campo político?
RV – Tudo é possível. Temos visto na Assembleia uma grande participação do DEM ajudando o nosso governo. Os dois deputados do partido, Goretti Reis e Augusto Bezerra, estão na bancada do governo, sem nenhum problema. Como também, na Câmara de Aracaju os dois vereadores do PMDB tem ajudado a bancada do prefeito da Câmara – como eu ajudei. Mas claro que essa discussão acontecerá durante o ano. Não vejo nenhum problema, tentei isso em 2014, tentamos colocar a senadora como vice de Jackson. Não deu certo, mas a parceria continua. 
 

BM – Você diria que uma parceria entre João e Jackson seria imbatível numa eleição?
RV – Não digo imbatível, essa palavra não funciona na política do nosso estado. São dois políticos com história muito grande e serviços prestados. Mas o ideal agora é que devemos trabalhar para mostrar serviço ao povo de Sergipe. São duas figuras políticas de grande prestígio com o povo. Já vimos alianças de Jackson com João, com Albano, com Valadares... Mas não podemos falar em ‘imbatível’. Precisamos ver como cada governo vai se comportar, nesse período de crise, de dificuldade, para depois avaliar o cenário político de 2016. 
 
BM - Qual é a sua posição hoje em relação a eleição de 2016?
RV – Tenho sido muito claro. Tenho conversado isso com os deputados do PMDB e defendo que tenhamos candidato próprio. Nosso partido é grande e hoje tem o vice-presidente do Congresso, a presidências das duas casas legislativas, e o presidente da Assembleia, além de quatro deputados estaduais. Esse é o primeiro passo. O partido definindo isso e dizendo que vamos discutir com outros partidos, aí definimos coligações. Mas meu foco hoje é o lançamento de uma candidatura do PMDB. Vamos aguardar que nosso líder maior, o governador Jackson Barreto, se posicione. No momento ele está focado no governo, então vamos aguardar. O governador tem dito que cada um deve construir, trabalhar seus nomes, e no momento certo discutiremos candidaturas.
 

BM - Quem seriam hoje os nomes que o PMDB tem para apresentar?  
RV – Além do meu nome, temos o deputado Garibalde, Zezinho Guimarães, Gama e algum secretário de governo, talvez Zezinho Sobral, ou qualquer uma que tenha essa intenção de participar do pleito.
 

BM - Entre estes, qual o nome o senhor acha que seria mais viável?
RV – Acho que o de Garibalde, até porque ele já teve essa pretensão.
 

BM - E se o PMDB não tiver candidato, você pretende apoiar João Alves? Você chegou a falar em ser vice dele.
RV – Essa é uma discussão. Fui perguntado se seria vice de João Alves e eu disse que não teria nenhum problema, desde que isso seja resolvido e discutido no nosso partido e com o nosso líder Jackson Barreto. É uma discussão ampla, não sou eu que vou definir vice de ninguém. Agora, tudo pode acontecer na próxima eleição. Está sendo discutido a reforma política, que pode criar um mandato de dois anos, na próxima eleição. Quem vai querer ser vice, nessa condição? O nossos partido não tendo candidatura própria, vamos discutir essa questão, mas a prioridade é nossa candidatura.
 

BM – Dos nomes que estão sendo colocados para a disputa pela Prefeitura de Aracaju, qual você acha que seria o mais forte, se a eleição fosse hoje?
RV – Eu tenho dito que o Prefeito de Aracaju já leva uma vantagem, com 30% da eleição. Até por tudo o que ele já tem feito pelo estado de Sergipe e seu extenso histórico. Mas não há como mensurar ainda, essa questão de quem será mais forte.
 

BM - Quando você acha que o seu grupo político vai estar debatendo candidaturas? 
RV – Tenho certeza absoluta que no mês de março do próximo ano, depois do carnaval, depois de toda dificuldade que iremos passar este ano, começam a esquentar as conversas em relação à Prefeitura de Aracaju. Não podemos é perder tempo, como ocorreu em 2012, porque fica difícil se organizar.
 

BM – Um dos que se apresenta como candidato é o ex-prefeito Edvaldo Nogueira. Já dá para fazer uma comparação entre o prefeito João Alves e seu antecessor?
RV – A população tem feito essa comparação. A tendência do povo de Aracaju é cobrar sempre mais do gestor. Se o prefeito anterior fez, o atual tem que fazer mais ainda. 
 

BM - Você sempre desenvolveu um trabalho com a juventude. Qual a sua avaliação sobre a redução da maioridade penal?
RV -  Esse tema vem sendo discutido no Congresso há vinte anos. Digo com tranquilidade que não tenho opinião firmada em relação ao tema, mas avalio que a discussão é importante. Após a aprovação na Constituição de Justiça, serão realizadas audiências públicas e plenárias. Acho que elas serão muito importante. Mas é preciso que tenhamos bastante consciência, vendo que a redução da maioridade não é solução para tudo, precisamos avaliar uma série de coisas que devem ser discutidas em conjunto. Precisamos mudar o sistema prisional, precisamos saber se esses adolescentes presos serão encarcerados junto com os outros presos comuns. Mas acho que vivemos um momento interessante, onde a população tem pressionado o Congresso para decidir coisas que já vem se arrastando há muito tempo, como reforma tributária e reforma política, por exemplo. 

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