
No cargo há menos de dois meses, o diretor-presidente da Codise, Sérgio Reis, vai direto ao assunto, quando questionado sobre as suas metas: Melhorar a infraestrutura do Estado para captar novos investimentos é o ponto central. Para isso, ele diz que é preciso resolver dois grandes gargalos: a interiorização do gás natural e a melhoria da infraestrutura portuária.
Nesta entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE ele explica que foi iniciado um estudo sobre a taxa de ocupação e saturação dosdistritos industriais em Sergipe, e afirma que o estado é estrategicamente bem localizado, o que facilita a atração de indústrias. Aliás, a meta do governador, segundo Sérgio, é trazer o dobro do número de indústrias que chegaram ao Estado nos últimos quatro anos – gerando o dobro de empregos. Confira a entrevista.
BLOG DO MAX - Qual o seu diagnóstico, quando assumiu a Codise? Os trabalhos estavam sendo realizados a contento? O que precisa melhorar?
Sérgio Reis - Nós encontramos a Codise a contento, bem estruturada e organizada. Ficou faltando apenas alguns ajustes que não foram feitos na gestão passada por falta de tempo e que serão concluídos nessa nova gestão.Precisamos melhorar a questão da gestão da Tecnologia de Informação (TI), assim como aprimorar e disponibilizar pelas redes sociais e internet as ações da Codise, bem como informar melhor a população sobre a sua função.
BM - Quais são os planos para a sua gestão? Alguma iniciativa já está sendo elaborada?
SR - Melhorar a infraestrutura do Estado para captar novos investimentos. Para isso, é fundamental resolver dois grandes gargalos no Estado: a interiorização do gás natural e a melhoria da infraestrutura portuária. No mês de abril estaremos realizando dois eventos no Centro de Convenções de Sergipe. No dia 19, promoveremos um encontro com empresários para apresentação dos mecanismos de incentivo do Estado. Já no dia 29 realizaremos o Encontro com gestores municipais de indústria, comércio, serviços e finanças para apresentação da política estadual de incentivo.Iniciamos ainda um estudo sobre a taxa de ocupação dosdistritos industriais, índice de saturação dos distritos existentes, tempo médio de ocupação das indústrias no território e vocaçãoterritorial.
Alguns países estão apostando nas “indústrias criativas"como propulsor do desenvolvimento, empregabilidade e inovação. Vamos trabalhar para inserir o estado de Sergipe, neste contexto.
BM - Há novas empresas vindo para Sergipe? Como está sendo feita essa atração? Há previsão da chegada de quantas empresas e indústrias?
SR - Sim. Sergipe hoje é um Estado que é estrategicamente bem localizado. Existe uma demanda muito grande de indústrias que querem se instalar no Estado e essa atração está sendo feita através de carta que estamos enviando ao empresários em todo o Brasil, bem como fazendo visitas estratégicas a alguns segmentos. A meta do governador Jackson Barreto é conseguir dobrar nesses quatro anos o número de empresas e empregos dos últimos quatro anos. Vamos trabalhar nessa direção.
BM - Um dos gargalos para a atração de grandes indústrias para Sergipe é o nosso porto. O governo planeja melhorar e modernizar o porto de Sergipe?
SR- O Porto realmente é um grande gargalo. Eu e o deputado federal Fábio Reis estivemos em Brasília conversando com o secretário dos Portos, que é deputado federal do PMDB de São Paulo, o Edinho Araújo. Ele se comprometeu a vir a Sergipe e colocar sua equipe técnica para que, junto com técnicos da Codise, possam criar grupos de trabalho visto que o porto está sobre administração da Vale, que é uma empresa privada. A ideia é tentar fazer modelo igual a P – 100, no Ceará, que é uma PPP (Parceria Público-Privada). Sergipe é o único estado na federação que não está tendo investimento do governo federal para essa finalidade. O Ministério se mostrou muito interessado em resolver esse problema e ajudar na confecção dessas melhorias.
BM - A ZPE já está em funcionamento? Qual a previsão para o funcionamento e quantas empresas estarão lá?
SR - Ainda não. Para a ZPE funcionar é preciso acabar com o grande gargalo, que é a infraestrutura portuária. O Porto de Sergipe ainda não possui guindaste para que se possa fazer o transporte de container, que é fundamental para as empresas exportadoras. Já estamos solicitando reunião com o diretor da Vale, onde os técnicos da Secretaria dos Portos também estarão presentes para discutirmos soluções para este problema. Está é uma grande preocupação do governador Jackson Barreto.
BM - Em visita ao ministro do Turismo, o senhor cobrou a construção da nova ponte entre Alagoas e Sergipe. Qual seria o impacto dessa obra? é um desejo antigo, há perspectivas dela sair do papel?
SR - Essa é uma grande obra para o Estado de Sergipe. O governador Jackson Barreto vem batalhando por ela há algum tempo. Ela é fundamental para desenvolver o turismo no Baixo São Francisco. Há empresários interessados em investir no turismo na região, com a construção de hotéis, pousadas e resort, o que promoveria o desenvolvimento sócio-econômico da região e geração de emprego e renda para uma das regiões mais carentes do estado.
BM - O senhor esteve em Brasília e participou de reuniões com a presidência da CNI. Há previsão de parcerias com a Codise? Em que sentido?
SR - Estive na Confederação Nacional das Indústrias (CNI) propondo parcerias no sentido da promoção de pesquisas de mercado e parcerias em tecnologia para melhorar o sistema de informação e de Tecnologia da Informação (TI) da Codise para melhorar promoção das atividades sócio-econômicas do estado.
BM - O deputado Fábio Reis foi escolhido vice-líder do PMDB na Câmara. Fábio é também muito próximo do presidente Eduardo Cunha, que alguns avaliam como o político mais forte do Brasil. Isso pode ser bom para Sergipe? Como?
SR - Não tenho dúvidas que não é só bom para Sergipe como para o Brasil. O deputado Fábio Reis tem recebido missões importantes do PMDB para relatar projetos e defender os interesses do partido e do povo brasileiro na Câmara Federal. A facilidade no contato ajuda a celebrar as reivindicações e demandas que sempre chegam ao nosso Estado.
BM - Em Lagarto, a família Reis terá candidato na eleição de 2016? Fala-se que o ex-prefeito Jerônimo Reis poderá ser candidato, é verdade?
SR - O prefeito Lila Fraga tem o direito a reivindicar a sua reeleição. Ele tem dito publicamente que não será candidato a reeleição, mas isso é um assunto que iremos tratar no momento oportuno. O momento agora é de trabalho e de levar investimentos para o estado como o deputado Fábio Reis tem feito.
BM - Falando em Lagarto, o senhor sugeriu a criação de um distrito industrial no município. A proposta pode mesmo ser executada, há previsão?
SR - Esse é um assunto que nós estamos trabalhando com muita ênfase. É uma demanda antiga da cidade, que é um pólo regional e que vem perdendo investimentos com a captação de novas indústrias pela falta de um pólo industrial. Recebi recentemente a visita do Secretário da Indústria e Comércio do Município, Rilley Oliveira, onde tratamos de assuntos para construção de alguns galpões em áreas que seriam cedidas pelo município, o estudo para a viabilidade da construção de um distrito industrial e o Centro Vocacional Tecnológico, o CVT. Lagarto reúne uma universidade de Medicina, está em construção um shopping com quase 150 lojas, que irá gerar mais de 1.500 empregos diretos. É necessário a implantação dessa infraestrutura que irá desenvolver não só o município de Lagarto, mas toda à região centro-sul do estado.