
Sergipe continua na contramão da economia nacional. Menor estado da Federação, Sergipe mantém índices positivos de geração de emprego, superiores à média da região Nordeste e nacional: no último ano, o estado teve variação 2,2% enquanto o Nordeste alcançou 0,37% e o Sudeste -0,54%, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Em março, dado mais recente do Caged, Sergipe gerou 249 novos postos de trabalho com carteira assinada, o que representa elevação de 0,08 % em relação ao mês anterior e é o melhor resultado para o mês de março desde 2007. Liderou a expansão o setor da Indústria de Transformação, com mais 525 postos.
Nos dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, merece destaque o município de Nossa Senhora do Socorro por apresentar a maior geração de emprego entre os municípios sergipanos, seguido por Lagarto e Simão Dias.
Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial
Segundo o assessor econômico do Governo, professor Ricardo Lacerda, as medidas de atração de empresas e investimentos na infraestrutura são fatores determinantes na geração do emprego. “Ainda que a decisão da localização da fábrica seja sempre do setor privado, o governo busca induzir as indústrias para regiões carentes de desenvolvimento e que disponham de mão de obra requerida por aquela atividade, ofertando inclusive possibilidade de treinamento para a população local. O principal instrumento do Governo é o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que oferece incentivos maiores para as empresas se localizarem nas regiões mais pobres. Inúmeras empresas se instalaram nas cidades do interior, no litoral, no Agreste e no Sertão. Cabe destacar o apoio locacional que tem sido ofertado pelo Governo, como a implantação do Complexo Empresarial Governador Marcelo Déda, em Tobias Barreto, e também em outros municípios como Estância, Itabaiana e muitos outros”.
Na avaliação do economista, a interiorização do desenvolvimento foi determinante para que Sergipe mantivesse os bons índices de geração de emprego. “A interiorização do emprego formal foi uma das ações de maior êxito dos últimos anos. Entre 2007 e 2014, o emprego no interior aumentou a participação no emprego em todo o território sergipano. O governo tem atuado para reforçar a atividade nas regiões relativamente menos dinâmicas, como o Baixo São Francisco, a fim de buscar o desenvolvimento equilibrado em todo o estado”.
Lacerda explica que Sergipe continua gerando emprego em quantidade expressiva, apesar dos impactos da recessão que afeta o país, nos setores de indústria, comércio e turismo. “Nos últimos doze meses (de abril 2014 a março 2015) foram criados 6.664 empregos com carteira assinada em Sergipe, com destaque para a indústria de material elétrico, para o comércio varejista e a retomada da atividade sucroalcooleira. O turismo também tem sido uma das principais fontes de geração de emprego na economia sergipana”.
Diretor Jurídico e de Relações Institucionais da AlmavivA do Brasil, Douglas Fernandes Junior confirma a importância do PSDI. Instalada em Aracaju em 2013, a Almaviva conta com mais de 5.200 funcionários ativos. Desse total, 70% dos funcionários estão no primeiro emprego.
“O apoio do Governo do Estado foi muito importante para a implantação da AlmavivA na cidade. Recebemos uma contribuição logística do Estado e uma parceria produtiva com o município, inclusive com a concessão da redução da carga de ISS, dada a grande geração de empregos locais. Mesmo com o apoio do governo, investimos mais de R$ 30 milhões para o desenvolvimento da unidade e, consequentemente, do bairro Industrial, onde está localizada a nossa sede operacional. Além disso, contribuímos para a renda de mais de 5 mil famílias”.
Tatiane Almeida é uma das funcionárias da Almaviva. Aos 22 anos, ela concilia trabalho e estudo. Em seu primeiro emprego, conta como a chegada da empresa em Sergipe transformou a sua vida. “Sensação boa, primeiro de independência e depois de realização pessoal. Tirei minha habilitação e alcancei algumas realizações pessoais que eu não podia alcançar antes por questões financeiras. É maravilhoso. Adoro trabalhar aqui, basta ver que já são dois anos de empresa”.
A próxima empresa a abrir as postas no estado é o grupo Ferreira Costa. A loja totaliza um investimento de R$ 80 milhões e está sendo construída na avenida Tancredo Neves com 11 mil metros quadrados e oferecerá ao consumidor 75 mil itens para casa e construção. O empreendimento irá gerar 500 empregos diretos.
Questionado sobre a escolha por Sergipe, o diretor do Grupo, Guilherme Ferreira Costa, explicou que a empresa está em processo de expansão e viram em Sergipe as condições ideais para receber um novo investimento do grupo, que atua no setor de venda e distribuição de materiais de construção. As quatro lojas já existentes estão duas em Recife, uma em Salvador, e a matriz em Garanhuns.
“Sergipe tem tido um grau de desenvolvimento acima da média do Nordeste, com a maior renda per capita e investimentos interessantes, como fábricas de cimento, a indústria vidreira, a região do petróleo, todas as qualidades para receber um investimento de R$ 80 milhões e gerar 500 empregos diretos, podendo chegar a 600. Estamos sendo muito bem recebidos, recebemos a colaboração do governo do Estado para em agosto estarmos com a loja funcionando”, informou Guilherme.
Ainda este ano, o grupo vidreiro Saint-Gobain inicia as operações em Estância. A unidade será a quarta e mais moderna empresa da Verallia no Brasil. De acordo com os empresários, a previsão de início das atividades é dezembro de 2015, com geração de 195 empregos quando atingir o pleno funcionamento. Mas os benefícios para os sergipanos começaram já na fase de construção, com a geração de 485 empregos para a obra.
A unidade produtiva contará com equipamentos de última geração, operados com alto nível de automação que na primeira etapa produzirão 80 mil toneladas de vidro, o que corresponde a 200 milhões de embalagens. A nova fábrica, além de respeitar integralmente as normas ambientais, terá como fator determinante em seu projeto, construção e operação, a preocupação com a sustentabilidade e a segurança de seus colaboradores.
Representante do Grupo, Bernoit d’Iribarne disse que a escolha de Sergipe e Estância como sede se deu por apresentar condições favoráveis de localização, estratégica e infraestrutura. “Tivemos o apoio muito grande governo. Temos certeza de que a nossa proposta de trabalho, além de contribuir com o desenvolvimento, tem todos os componentes para ser um verdadeiro sucesso”, disse. A expectativa dos empresários é que os primeiros produtos estejam no mercado a partir de outubro.
Fonte: agencia.se.gov.br