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9 de Junho 10H:45
COTIDIANO

Fecomércio participa de debate sobre os impactos dos jogos de azar na sociedade

Na sexta-feira (6), a Fecomércio-SE participou de uma audiência pública na Câmara Municipal de Aracaju que teve o propósito de discutir com representantes da sociedade sobre os impactos da legalização dos jogos de azar e sobre a proposta de criação da Loteria Municipal de Aracaju (Locaju). Estiveram presentes na ocasião o diretor da Fecomércio, Robson Pereira, representando o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Marcos Andrade, e o chefe de Comunicação e Inteligência da Fecomércio, Marcio Rocha.

A audiência pública foi de autoria do vereador Lúcio Flávio (PL) e contou com a participação de diversos vereadores e público convidado, com destaque ao coordenador nacional do movimento Brasil Sem Azar, Roberto Lasserre, que palestrou sobre os malefícios da legalização dos jogos de aposta online, como as plataformas de BETs. 

De acordo com o projeto de lei complementar Nº 6/2025, proposto pelo vereador Isac Silveira, a implantação de um serviço público de loteria como a Loteria Municipal de Aracaju (Locaju) seria um mecanismo importante para aumentar a arrecadação no âmbito municipal e direcionar esses recursos para investir em políticas públicas que vão fortalecer outras esferas da sociedade em áreas como a educação, saúde, esporte e assistência social.

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Marcos Andrade, que se encontra na Conferência Internacional do Trabalho, na OIT, lembrou que existe um posicionamento claro encabeçado pela CNC contra jogos de azar, a ponto de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a legalização das BETs.

“Temos bons nomes em nosso quadro para poder participar do debate sobre apostas ilegais e BETs, e pedi que os mais qualificados estivessem presentes na audiência pública. Vale ressaltar que a CNC entrou com uma ADIN contra a lei das BETs, porque as apostas ilegais retiraram 103 bilhões de reais da economia brasileira no ano passado, e 846 milhões somente em Sergipe foram perdidos”, disse Andrade. 

Para o diretor da Fecomércio, Robson Pereira, antes de implementar um projeto como esse deve-se ter um estudo de análise profundo sobre os riscos que essas ferramentas públicas de jogos de azar podem causar para a sociedade, visto o impacto que as BETs estão causando na saúde mental da população. 

“Enquanto Fecomércio, nós percebemos a evasão fiscal com as bets, o Governo precisa de recursos e nós estamos beneficiando pessoas de fora e ainda criando vícios. Temos que tratar com coerência. Esta nova loteria, se tiver um sistema claro, limpo, onde a gente tenha previsibilidade, ou seja, que não seja como tantas BETs que nós estamos vendo, que a gente percebe o tempo todo manipulações, ela não é por si só ruim. Eu acredito que esse assunto tem que ser tratado com mais calma, até porque o que está no meio é dinheiro, e quando você tem dinheiro você tem automaticamente interesses envolvidos. Só que o interesse maior tem que ser a saúde mental das pessoas, tem que ser uma forma coerente de fazer com que as pessoas cresçam e melhorem, e não acabem comprometendo toda a sua estrutura familiar”, afirmou Pereira. 

Além do impacto negativo para a saúde e a vida das pessoas, as BETs também estão afetando a economia do país e de Sergipe. O chefe de Comunicação e Inteligência da Fecomércio, Marcio Rocha, através do estudo feito pela CNC, observou que o estado de Sergipe está perdendo arrecadação e perdendo postos de trabalho com o avanço dos jogos de azar.  

“O posicionamento não é contra a loteria municipal. O posicionamento é contra sites de apostas e jogos de azar. Porque são jogos pré-programados para que as pessoas percam dinheiro de forma recorrente. Então a gente entende, de acordo com um estudo da CNC, que R$103 bilhões foram perdidos no Brasil com essas apostas online e BETs. No que diz respeito à Sergipe, foram R$846 milhões perdidos com apostas online, com BETs. Esse dinheiro poderia circular na economia ao longo do ano numa variação de 7 mil empregos. 7 mil pessoas poderiam ter conquistado postos de trabalho de forma rotativa durante esse período. As BETs destroem vidas, destroem famílias, destroem a sociedade”, destacou Rocha. 

Fonte: Fecomércio
Foto: James Santos / Fecomércio

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