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13 de Março 7H:26
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Programa do SUS reduz em até 34% a taxa de mortalidade infantil, mostra estudo inédito

Pesquisa do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) avaliou três décadas de saúde pública no Brasil, com foco no serviço de atendimento familiar. Os dados mostram redução da mortalidade infantil e outros impactos que interferem, inclusive, no nível educacional das crianças

Criada para contribuir com a ampliação do primeiro acesso aos serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), a Estratégia Saúde da Família (ESF) teve um papel decisivo no combate à mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, segundo estudo inédito produzido pelo Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) e lançado na última terça-feira, 10 de março, em São Paulo.

Segundo o documento, de autoria do economista Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e membro do Comitê Científico do NCPI, no segundo ano de atuação da ESF em um município, a taxa de mortalidade infantil se reduz em média entre 3% e 9% em relação à taxa do período anterior. No terceiro ano, a redução fica entre 6,7% e 14%. Após oito anos, a taxa cai entre 20% e 34%. Para se ter uma ideia, a redução da taxa de mortalidade infantil no mundo foi de 49,2% em um intervalo de 25 anos. 

O estudo mostra ainda que a presença da ESF nos primeiros anos de vida de uma geração está associada ao aumento na probabilidade de as crianças continuarem na escola entre os 7 e os 9 anos e também aos 12 anos de idade. Também notou-se uma diminuição no atraso escolar aos 7 e aos 10 anos de idade.

"A ESF é um dos principais programas de visitação domiciliar do mundo. Foi uma das primeiras ações de saúde voltadas para as famílias mais pobres no Brasil e o primeiro contato de muitas famílias com o Estado. Por meio de informações simples, como hábitos de higiene e a importância da vacinação, conseguiu reduzir a mortalidade materna e infantil e melhorar a frequência escolar", afirma o autor do estudo. 

 

Outro dado relevante tem a ver com a vulnerabilidade de parte das crianças brasileiras. De acordo com a publicação, das 18,5 milhões de crianças de 0 a 6 anos, 5,4 milhões (29%) vivem em domicílios pobres. Destas, 2 milhões (38%) residem em moradias que não recebem qualquer tipo de proteção do Estado. Essa informação é relevante dado que a pobreza é um dos principais fatores de risco ao desenvolvimento infantil. O estudo mostra que crianças com problemas de desenvolvimento podem perder até um quarto da sua capacidade de geração de renda quando se tornam adultas.

"É fundamental ressaltar a importância da conclusão desse estudo. Os dados são impressionantes e mostram o real impacto da Estratégia Saúde da Família em diversos âmbitos. Esse tipo de informação é crucial para a defesa da manutenção e aprimoramento da iniciativa", diz Eduardo Marino, diretor de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, uma das organizações que compõe o NCPI, além de membro do Conselho do Núcleo.

O estudo "Impactos da Estratégia Saúde da Família e Desafios para o Desenvolvimento Infantil" está disponível, na íntegra e gratuitamente, no site do NCPI - Núcleo Ciência Pela Infância

Sobre o Núcleo Ciência Pela Infância - Criado em 2011, o NCPI é uma coalizão que tem por objetivo produzir e disseminar conhecimento científico sobre o desenvolvimento da Primeira Infância para promover e qualificar programas e políticas públicas para crianças brasileiras em situação de vulnerabilidade social. O Núcleo atualmente conta com quatro focos principais: Ciência & Inovação, Mobilização & Desenvolvimento de Lideranças, Comunicação & Disseminação e Monitoramento & Avaliação. Fazem parte do NCPI, a Fundação Bernard van Leer, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Insper e a Universidade Harvard, por meio do David Rockfeller Center for Latin American Studies (DRCLAS) e do Center on The Developing Child.

 

Da Advice Comunicação Corporativa 

Foto: TV Brasil

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