A economia brasileira apresenta crescimento lento. Os estados reduzem investimentos para tentar melhorar o resultado das contas. O Orçamento de 2018 eleva despesas e provoca aumento do deficit.
Essas são algumas das conclusões do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), publicado ontem pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado.
O produto interno bruto (PIB) cresceu 1% no primeiro trimestre e 0,2% nos três meses seguintes. De acordo com a décima edição do RAF, os números são “indícios iniciais de recuperação lenta após longo ciclo recessivo”.
Segundo a IFI, as primeiras informações sobre o último trimestre “são positivas e reforçam a perspectiva de melhora da atividade”.
"Não é uma recuperação retumbante. Mas o nosso cenário de crescimento de 0,7% para o PIB neste ano vai se mostrando cada vez mais provável. Para o ano que vem, o crescimento projetado pela IFI é de 2,3%. Depois de ter passado por uma recessão muito grande, já há de fato uma recuperação. Ela é inicial, mas já tem impactos sobre as receitas do governo", afirma o diretor-executivo da IFI, Felipe Scudeler Salto.
O documento destaca ainda a desaceleração do desemprego. Após alcançar -3,5% entre janeiro e junho, a retração caminha próxima de -2,5% a partir de julho.
De acordo com o RAF, a massa salarial avançou 3,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. A IFI projeta inflação de 4,3% em 2018.
Ajuste fiscal dos estados
O documento destaca ainda o esforço fiscal dos governos estaduais, cujo resultado primário “vem apresentando um esboço de recuperação”.
Mas, de acordo com o RAF, o ajuste “penaliza os investimentos”, que chegaram ao “menor patamar da década”.
As aquisições de ativos fixos chegaram a 0,4% do PIB em junho de 2017. Entre 2011 e 2014, haviam crescido de 0,7% para 1% do PIB.
As estimativas da IFI sugerem que os investimentos públicos estaduais caíram pela metade: de R$ 57,8 bilhões em 2014 para R$ 28,7 bilhões acumulados em doze meses até junho de 2017.
Mais despesas
O RAF também aponta que o Orçamento de 2018 pode elevar as receitas líquidas em R$ 14,5 bilhões, mas permite o aumento das despesas primárias em R$ 44,5 bilhões. A maior parte desse aumento é nas chamadas despesas discricionárias, não obrigatórias.
Os investimentos avançaram R$ 23,9 bilhões, e os gastos com custeio subiram R$ 23,7 bilhões. A previsão a meta de deficit primário foi majorada em R$ 30 bilhões, chegando a R$ 159 bilhões.
*Com informações da Agência Senado
Foto: Chery do Brasil
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